sábado, 11 de julho de 2009

Darwinismo: entre fatos e boatos

Membro: IBA MENDES
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Passando “bisessextamente” pela comunidade Evolucionismo Teísta, deparei-me com um tópico coloquialmente intitulado: ”me provem o evolucionismo”.

“As evidências vão desde fósseis até análises genéticas”, respondeu um darwinista com aquela costumeira inconsistência. Solicitei exemplos, os que vieram logo em seguida.

Façamos então uma rápida análise e vejamos até que ponto tais exemplos realmente são suficientes para PROVAR os pressupostos do neodarwinismo (os textos serão usados ipsis litteris, em itálico, e podem ser vistos no link 1, ao fim deste tópico):

1 – PALEONTOLOGIA
Fósseis transicionais.
Fósseis que mostram um lento desenvolvimento temporal(ex: não existem vertebrados nas camadas do Cambriano).
Fósseis mostrando o desenvolvimento de várias linhagens de animais e plantas(inclusive mais de vinte espécies da linhagem humana).

A simples citação do Cambriano já desmonta o argumento, afinal, o Cambriano até o momento não foi atingido pelos dogmas do neodarwinismo, e de tal forma que levou Stephen Jay Gould a desenvolver a teoria do equilíbrio pontuado, que contraria frontalmente o gradualismo a la Darwin. Vejamos o que nos diz o próprio Gould a respeito do Cambriano:

“Essa visão ortodoxa "congelou", sem o benefício de nenhum dado direto da paleontologia para testá-la, já que a escassez de fósseis anteriores à grande "explosão" cambriana, há 600 milhões de anos, constitui talvez o fato mais marcante e a frustração da minha profissão” (Polegar do Panda, p. 195).

“O registro fóssil causara a Darwin mais desgosto do que alegria. Nada o perturbava mais do que a explosão cambriana, o aparecimento coincidente de quase todos os projetos orgânicos complexos, não perto do começo da história da Terra, mas a mais de cinco sextos do caminho” (ibdem, p. 214).

E, do livro: “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida”, páginas: 104, 114 e 115:

“Há 600 milhões de anos, no começo do que os geólogos chamam de Período Cambriano, surgiu grande parte do maior filo de invei librados, num espaço curto de alguns milhões de anos. O que ocorreu durante os prévios quatro bilhões de anos da história do planeta? O que havia no começo do mundo cambriano que pudesse ter inspirado tamanha atividade evolutiva?

Essas perguntas têm preocupado os paleontologistas desde que triunfou a opinião evolucionista, há mais de um século. Isso porque, embora rasgos evolutivos rápidos e ondas maciças de extinção não se jam contrários à teoria darwiniana, um preconceito profundamente arraigado no pensamento ocidental predispõe-nos a buscar a continuidade e a mudança gradativas: natura non facit saltum (a natureza não dá saltos), como diziam os antigos naturalistas.

A explosão cambriana preocupou Darwin de tal maneira que ele escreveu na última edição de seu The Origin of Species: "O caso, no momento, tem de ficar inexplicado; e pode perfeitamente ser trazido como argumento válido contra as ideias aqui expostas". A situação, na verdade, era ainda muito pior na época de Darwin. Naquela época, não tinha sido descoberto um fóssil sequer da era pré-cambriana; era a explosão cambriana de invertebrados complexos que fornecia as provas mais antigas de vida na Terra. Se tantas formas de vida surgiram ao mesmo tempo, e com tamanha complexidade inicial, não seria possível argumentar que Deus escolhera a base do cambriano para Seu momento (ou seus seis dias) de Criação?

A dificuldade de Darwin foi parcialmente contornada. Agora já temos registros de vida pré-cambriana estendendo-se a mais de três bilhões de anos atrás. Fósseis de bactérias e algas verde-azuladas foram encontrados em diversas partes, em rochas com idades entre dois e três bilhões de anos.

Mesmo assim, essas excitantes descobertas em paleontologia pré-cambriana não afastam o problema da explosão cambriana, já que incluem apenas bactérias e algas verde-azuladas (veja o ensaio 13), e algumas plantas superiores, como as algas verdes. A evolução dos metazoários complexos (animais multicelulares) parece tão súbita quanto antes. (Uma única fauna pré-cambriana foi encontrada em Ediacara, na Austrália. Nela se incluem alguns parentes do coral atual, águas-vivas, artrópodes e duas formas misteriosas, sem semelhança alguma com nada que viva atualmente.

Mesmo assim, as rochas de Ediacara estão bem abaixo da base cambriana e qualificam-se como pré-cambrianas por uma margem mínima.) O fato é que o problema aumenta na medida em que estudos exaustivos de um número cada vez maior de rochas pré-cambrianas destrói o velho e popular argumento de que os metazoários estão ali realmente, apenas não os encontramos ainda”.

“A chamada explosão marca somente o primeiro aparecimento no registro fóssil de criaturas que viveram e se desenvolveram durante boa parte do pré-cambriano. Então o que teria impedido a fossilização de faunas tão ricas? Nesse ponto temos uma variedade de propostas que vão desde o mais absurdo argumento ad hoc ao eminentemente plausível”.

Fonte:
Stephen Jay Gould. “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida “. Editora Martins Fontes. São Paulo, 1999.

1 – GENÉTICA

Foi citado desde “marcadores genéticos”, passando por “genes desativados”, indo a “genes de mitocôndrias e cloroplastos”, continuando por “observação da especiação em tempo real através”, chegando aos transgênicos, mecanismos genéticos que levam a mutação e especiação e “observação de especiação em moscas, bactérias, ratos, peixes etc”.

Ou seja, não provou absolutamente NADA!

Todos esses casos citados apenas podem ser tomados como exemplos MACROevolutivos se extrapolados a partir de eventos MICROevolutivos. Note-se “observação de especiação em moscas, bactérias, ratos, peixes etc”. Se tomarmos exatamente esses casos constataremos apenas a ocorrência de mudanças intra-espécies, e não inter-espécies, isto é, mudanças inusitadas as quais não podem ser observadas empiricamente e que supostamente teriam acontecido num passado longínquo.

Sem essas extrapolações o gradualismo ortodoxo simplesmente não subsistiria, e, na verdade, subsiste apenas como conteúdo filosófico ou, como diria Popper: “metafísicos”.

3 – BIOQUÍMICA


”Semelhança entre a membrana externa das mitocôndrias e a membrana das células eucariontes(o que indica que elas foram "envolvidas" pelas eucariontes).
Semelhanças entre as membranas celulares de todos os animais.O mesmo para as plantas e fungos.
Semelhança nas substâncias de excreção de todos os peixes, e que muda quando eles evoluíram para animais terrestres.
Semelhança nas substâncias de reserva em grandes grupos”.

Percebam que em nenhum momento foram citados as chamadas máquinas moleculares, tais como os cílios e os flagelos, as quais são devidamente estudados pela Bioquímica. É claro, Michael Behe, mediante o conceito de Complexidade Irredutível levou à bancarrota o gradualismo como explicação para a origem da vida a partir de eventos cegos e aleatórios, tais como Seleção natural, acaso e mutações etc. Os darwinistas sabem disso!

Quanto aos exemplos citados, Enézio cita, por exemplo, Eugene Koonin, o qual afirmou “que todas as principais formas de vida, com toda sua complexidade, surgiram subitamente no registro fóssil sem formas intermediária, e este fato não pode mais ser negado”:

“As principais transições em evolução biológica mostram o mesmo padrão de súbita emergência de diversas formas em um novo nível de complexidade. A relação entre os principais grupos dentro de uma nova classe emergente de entidades biológicas são difíceis de decifrar e parecem não se encaixar ao padrão de árvore que, seguindo a proposta original de Darwin, permanece como a descrição dominante de evolução biológica.

Os casos em questão incluem a origem das moléculas complexas de RNA e o dobramento de proteínas; os principais grupos de vírus; arquéia e bactéria, e as principais linhagens dentro de cada um desses domínios procarióticos; super grupos eucarióticos; e os filos de animais. Em cada um desses nexos cruciais na história da vida, os “tipos” principais parecem surgir rapidamente e totalmente equipados com as características de assinatura do respectivo novo nível de organização biológica. Não são detectáveis “graus” intermediários ou formas intermediárias entre os tipos diferentes” (vide link 2).

4 – CITOLOGIA E HISTOLOGIA

”Semelhanças das organelas celulares entre todos os eucariontes, se tornando cada vez mais semelhantes conforme o parentesco entre cada grupo é mais próximo.
Tecidos semelhantes entre espécies aparentadas”
.

Agora, veja-se:

Tecidos diferentes em espécies diferentes mas com a mesma origem evolutiva.

Ora, como ele sabe que tais tecidos diferentes em espécies diferentes têm a mesma origem evolutiva? É isso o que realmente importa.

Obviamente não foi por meio dos estudos das células, já que sequer conseguem explicar por conceitos gradualistas alguns componentes celulares, quanto mais a própria célula. Definitivamente estão apelando!

5 – ANATOMIA COMPARADA

Órgãos semelhantes entre grupos diferentes mas aparentados.
Estruturas de mesma origem embriológica e função e morfologia diferentes em espécies aparentadas.
Estruturas de origem embriológicas diferentes mas de morfologia e função parecidas em espécies que vivem em ambientes semelhantes e que tenham nichos semelhantes, indicando que houve tendências evolutivas para o desenvolvimento e seleção daqueles órgãos naquele ambiente”.

A Embriologia já foi desmistificada, sendo seu idealizador, o eugenista Ernest Haeckel, desmascarado na sua tentativa mentirosa de constriur, a partir da embriologia, uma árvore evolutiva perfeita. Stephen Jay Gould trata longamente disso em seu “O Polegar do Panda”:

“Essa teoria, muitas vezes proclamada como "a ontogenia recapitula a filogenia", sustentava que os animais superiores, no seu desenvolvimento embriológico, percorrem uma sé¬rie de estágios representativos, em sequência adequada, das formas adultas de criaturas ancestrais inferiores.

Assim, o embrião humano desenvolve primeiro fendas branquiais, como um peixe, mais tarde um coração de três câmaras, como o de um réptil, e ainda mais tarde uma cauda de mamífero. A recapitulação forneceu um foco conveniente para o racismo difundido dos cientistas brancos, que viam nas atividades das suas próprias crianças uma fonte de comparação com o comportamento adulto normal nas raças inferiores.

Como método de trabalho, os recapitulacionistas tentaram identificar aquilo que Louis Agassiz denominara "paralelismo triplo" da paleontologia, anatomia comparada e embriologia — isto é, antepassados reais no registro fóssil, representantes vivos de formas primitivas e estágios embrionários ou juvenis do desenvolvimento de animais superiores.

Na tradição racista do estudo dos seres humanos, o paralelismo triplo significava antepassados fósseis (ainda não descobertos), "selvagens" ou membros adultos de raças inferiores e crianças brancas.


Mas muitos recapitulacionistas advogaram a inclusão de um quar¬to paralelo — certos tipos de adultos anormais entre as raças superiores — e atribuíram várias anomalias de forma e comportamento à "reversão" ou à "suspensão do desenvolvimento".

A reversão, ou atavismo, constitui o reaparecimento espontâneo nos adultos de características ancestrais que desapareceram nas linhagens recentes. Por exemplo, Cesare Lombroso, o fundador da "antropologia criminal", acreditava que muitos dos transgressores da lei agiam por compulsão biológica, por causa de um passado bestial que revivia neles. Procurou identificar os "criminosos natos" pêlos "estigmas" de morfologia simiesca — testa retraída, queixo proeminente, braços compridos.”

[...]

“Ernest Haeckel, o principal defensor de Darwin na Alemanha e com certeza o mais especulativo e imaginativo entre todos os primeiros evolucionistas, construiu organismos hipotéticos para transpor todos os vãos.

A inferior ameba não podia servir como modelo da vida primitiva porque sua diferenciação interna em núcleo e citoplasma indicava um largo avanço a partir da primitiva ausência de forma. Assim, Haeckel propôs um organismo ainda mais inferior, composto apenas de protoplasma não-organizado, a monera. (De certo modo, ele tinha razão. Aplicamos esse nome hoje em dia ao reino das bactérias e cianofíceas, organismos sem núcleo ou mitocôndrias — embora de maneira alguma informes, no sentido de Haeckel.)

Haeckel definiu sua monera como "uma substância inteiramen¬te homogénea e desprovida de estrutura, uma partícula viva de albumina, capaz de nutrição e reprodução", e sugeriu-a como uma forma intermediária entre o vivo e o não-vivo. Esperava com isso resolver a incómoda questão da origem da vida a partir do inorgânico, pois nenhum problema parecia mais espinhoso aos olhos dos evolucionistas, e nenhuma questão atraía mais apoio de retaguarda para o criacionismo do que a distância aparente entre as substâncias químicas mais complexas e os organismos mais simples.

Haeckel escreveu: "Cada célula verdadeira mostra já uma divisão em duas partes diferentes, isto é, núcleo e plasma. A produção imediata de um tal objeto por geração espontânea é muito difícil de se conceber; mais fácil é conceber a produção de uma substância orgânica inteiramente homogénea, tal como o corpo de albumina e sem estrutura das moneras."

Durante a década de 1860, a identificação das moneras assumiu alta prioridade na agenda dos defensores de Darwin. E quanto mais difusas e sem estrutura fossem as moneras, melhor.

[...]

“Na sua visão errônea, esses naturalistas também possuíam um método que poderia extrair dos escassos dados à sua disposição as respostas que procuravam. Porque, segundo a "lei biogenética de Haeckel" — a ontogenia recapitula a filogenia —, um animal escala sua própria árvore familiar durante o desenvolvimento embriológico.

À simples observação dos embriões deveria revelar um cortejo de antepassados adultos na ordem correta. (Claro que nada é sempre as¬sim tão sem complicações. Os recapitulacionistas sabiam que alguns estágios embrionários representavam adaptações imediatas, e não reminiscências ancestrais: também compreenderam que os estágios podiam estar misturados e até invertidos, devido às taxas desiguais de desenvolvimento entre órgãos diferentes. No entanto, acreditavam que essas modificações "superficiais" sempre podiam ser reconhe¬cidas e subtraídas, de modo a deixar intacto o cortejo ancestral.)”

[...]

“A suposição de que as reminiscências ancestrais poderiam sempre ser distinguidas das adaptações embrionárias recentes não se manteve. Faltavam muitos estágios, e muitos outros eram confusos. A aplicação da lei de Haeckel produziu deba¬tes intermináveis, insolúveis e infrutíferos, e não uma árvore da vida inequívoca. Alguns construtores de árvores queriam derivar os vertebrados dos equinodermos, outros dos anelídeos, outros ainda dos caranguejos-ferradura. E. B. Wilson, apóstolo do método experimental "exato", que suplantaria a filogenização especulativa, lamentou-se em 1894:

Constitui um campo de reprovação para os morfologistas que sua ciência devesse ser sobrecarregada com uma tal massa de especulações e hipóteses filogenéticas, muitas das quais mutuamente exclusivas, na ausência de qualquer padrão de valor bem definido para estimar sua probabilidade relativa. A verdade é que a pesquisa ... frequentemente conduziu a uma especulação selvagem, indigna do nome de ciência; e seria de admirar se o estudioso moderno, especialmente após uni treino nos métodos das ciências mais exalas, considerasse todo o aspecto filogenético da morfologia como uma espécie de pedantismo especulativo indigno de atenção séria.

Fonte:
Stephan Jay Gould. “O Polegar do Panda”. Editora Martins Fontes. SãoPaulo, 1989.

6 – ECOLOGIA

- capacidade do meio ambiente de se adaptar e se recuperar de grandes extinções em massa. Caso novas éspecies não surgissem, em pouco milhões de anos teríamos uma extinção total e irrecuperável de todas as espécies complexas. A capacidade dos eco sistemas de se recuperarem e se diversificarem lentamente, é necessária para a manutenção da vida no planeta à longo prazo.

- presença de espécies altamente adaptadas à todos os ambientes conhecidos, inclusive ambientes recentes, como ilhas vulcâncias formadas à poucas centenas de milhares de anos; ou cadeias de montanhas formadas pela colisão de placas tectônicas, como a cordilheira dos andes. Em todos esses eco sistemas recentes, há espécies únicas que habitam apenas lá, e muitas não poderiam existir em outro lugar


Muito pelo contrário, a degradação ao meio ambiente, por exemplo, além de extinguir várias espécies, torna-o irrecuperável em vários aspectos. Mananciais, florestas, rios, mares e um grande número de espécies vivas estão perdendo sua potencialidade em conseqüência da ação humana, principalmente.

Portanto, a seleção natural, aliada a todos os mecanismos darwinistas, nada pode fazer para que os ecossistemas se recuperem e para que muitas espécies sobrevivam à catástrofe ambiental. Isso, ao que parece, depende muito mais da consciência do homem em não degradar o meio ambiente. O homem, aliás, ao que parece o “o único animal” que não comporta a ação da seleção natural.

Quanto à asserção de espécies altamente adaptadas ao meio ambiente, isso é pura tautologia, afinal, existe algum ser vivo que não esteja adaptado ao meio ambiente onde vive? Em caso afirmativo: quais?

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Resumindo: o darwinismo não sobrevive sem especulação, e o motivo é claro: está essencialmente fundamentado em conceitos filosóficos, carregando em si poucos elementos que se pode denominar de ciência.

É isso!


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