Impasse na origem das espécies

Membro: CARLOS

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"Portanto, para ampliar o tamanho do genoma é preciso aumentar a fidelidade de replicação. Os bacteriófagos (vírus que parasitam bactérias) são os replicadores mais simples que conhecemos hoje. Seus genomas contêm tipicamente cinco mil nucleotídeos - muito mais do que o previsto para a primeira molécula replicadora. Essa proeza só é realizada por que a replicação ocorre com a ajuda de uma enzima (catalisador biológico) específica, a replicase, que reduz por um fator 1000 a possibilidade de erros durante o processo de cópia. A dificuldade está no fato que as instruções de como produzir a replicase estão armazenadas no próprio genoma do bacteriófago e ocupam a maior parte dele.

Segundo o químico alemão Manfred Eigen, Nobel de Química em 1967, uma molécula auto-replicadora do tamanho de um bacteriófago só poderia existir se já houvesse uma replicase para auxiliar sua replicação. Esse é o paradoxo de Eigen, ou seja, é a velha charada do ovo e da galinha: “genomas grandes não podem existir sem a presença de enzimas, e enzimas só podem ser codificadas por genomas grandes – quem então surgiu primeiro?”, desafia Fontanari.
Com isso, a idéia, lançada por Orgel, não é tão consistente como parece em um primeiro momento. Segundo ele moléculas similares ao RNA ou mesmo o próprio RNA teriam sido os primeiros replicadores, posteriormente suplantados por replicadores baseados em DNA. Seria necessário solucionar o paradoxo de Eigen para que essa idéia alcançasse plena aceitação."

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