Membro: IBA MENDES
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"Vive dentro de mim, como num rio, ____
Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, lara
De cabeleira de ouro e corpo frio".
Bilac
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Em seu livro “Elogio da Loucura”, Erasmo de Rotterdam (1465? – 1536), referindo-se ao papel da mulher, satiriza: “Além do mais, que outra preocupação têm as mulheres nesta vida, senão a de proporcionar aos homens o maior prazer possível? Não será essa a única razão de tantos enfeites, de maquiagem, de banhos, de penteados, de aromas, de perfumes e de toda essa arte de se arrumar, de se pentear, de maquiar o rosto, os olhos e a pele?”
Esta foi uma realidade que perdurou até recentemente. Durante milênios a mulher existia tão somente em função do homem. Seu tempo deveria ser gasto, primeiro em função do marido, depois a serviço dos filhos e, apenas por último, ela se preocupava consigo. De forma clara, pode-se afirmar que a mulher não tinha vida em si mesma. Era ao mesmo tempo uma espécie de escrava e objeto do homem. Não tinha opinião própria e nem podia exercer qualquer atividade pensante. E o homem, aproveitando-se sempre desta suposta fragilidade feminina, exerceu covardemente verdadeira tirania sobre ela.
Em uma de suas peças, o dramaturgo grego, Eurípedes, que viveu bem antes de Cristo (485? a.C. – 406 a.C.?), colocou na boca da personagem Hécuba estas palavras: “Por causa de nossos costumes, nós, mulheres, não temos permissão para encarar os homens”.
Num borbulhar de argênteos flocos, lara
De cabeleira de ouro e corpo frio".
Bilac
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Em seu livro “Elogio da Loucura”, Erasmo de Rotterdam (1465? – 1536), referindo-se ao papel da mulher, satiriza: “Além do mais, que outra preocupação têm as mulheres nesta vida, senão a de proporcionar aos homens o maior prazer possível? Não será essa a única razão de tantos enfeites, de maquiagem, de banhos, de penteados, de aromas, de perfumes e de toda essa arte de se arrumar, de se pentear, de maquiar o rosto, os olhos e a pele?”
Esta foi uma realidade que perdurou até recentemente. Durante milênios a mulher existia tão somente em função do homem. Seu tempo deveria ser gasto, primeiro em função do marido, depois a serviço dos filhos e, apenas por último, ela se preocupava consigo. De forma clara, pode-se afirmar que a mulher não tinha vida em si mesma. Era ao mesmo tempo uma espécie de escrava e objeto do homem. Não tinha opinião própria e nem podia exercer qualquer atividade pensante. E o homem, aproveitando-se sempre desta suposta fragilidade feminina, exerceu covardemente verdadeira tirania sobre ela.
Em uma de suas peças, o dramaturgo grego, Eurípedes, que viveu bem antes de Cristo (485? a.C. – 406 a.C.?), colocou na boca da personagem Hécuba estas palavras: “Por causa de nossos costumes, nós, mulheres, não temos permissão para encarar os homens”.
A mulher grega desta época, e mesmo àquela que viveu no período da igreja primitiva, não era considerada cidadã. Sua função restringia-se a conceber filhos, e de preferência homens sadios e robustos. Ela vivia exclusivamente em função do marido. Ocupava seu tempo fiando, tecendo e cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos. Na prática, pode-se afirmar que era a primeira entre as escravas. Recebia muito pouca instrução. Estava sempre confinada nos gineceus. Quando o marido recebia visitas, ela só podia aparecer quando chamada por ele. Ao contrário do marido, ela raramente saía de casa. Não era considerada cidadã, estando vedada a sua participação nos movimentos políticos e sociais da época.
Na antiga Roma a situação não era diferente! O homem era o senhor absoluto do lar, o juiz de todas as questões familiares, o pater familias. Não obstante tivesse condição de vida melhor do que a da mulher grega, a romana sofria dos mesmos preconceitos e discriminações. Ela era apenas uma possessão do homem, a quem deveria submeter-se incondicionalmente, satisfazendo todos os seus caprichos.
Também no antigo Israel, nos tempos considerados bíblicos, a mulher sofria inúmeras restrições. Diz-se que havia uma oração específica na qual o homem dava graças a Deus por não ter nascido cachorro ou mulher. Naquela época, cabia somente aos homens o direito à propriedade. Caso uma mulher fizesse um voto, este só seria válido com o consentimento do marido. Em não havendo filhos entre o casal, mesmo que o homem fosse o responsável, era a mulher quem assumia a culpa. Ela – obrigatoriamente – devia provar sua virgindade, o que era impossível ao homem. Em geral, a preferência dos pais era por filhos do sexo masculino.
Na antiga Roma a situação não era diferente! O homem era o senhor absoluto do lar, o juiz de todas as questões familiares, o pater familias. Não obstante tivesse condição de vida melhor do que a da mulher grega, a romana sofria dos mesmos preconceitos e discriminações. Ela era apenas uma possessão do homem, a quem deveria submeter-se incondicionalmente, satisfazendo todos os seus caprichos.
Também no antigo Israel, nos tempos considerados bíblicos, a mulher sofria inúmeras restrições. Diz-se que havia uma oração específica na qual o homem dava graças a Deus por não ter nascido cachorro ou mulher. Naquela época, cabia somente aos homens o direito à propriedade. Caso uma mulher fizesse um voto, este só seria válido com o consentimento do marido. Em não havendo filhos entre o casal, mesmo que o homem fosse o responsável, era a mulher quem assumia a culpa. Ela – obrigatoriamente – devia provar sua virgindade, o que era impossível ao homem. Em geral, a preferência dos pais era por filhos do sexo masculino.
Aqui mesmo no Brasil, lá pelos idos de 1850, as mulheres só saíam à rua acompanhadas e em dias preestabelecidos; o mais tempo ficavam enclausuradas em suas casas, bordando, cozendo e, nas palavras escritor Manuel Proença: “falando mexericos”. Ou seja, a mulher não tinha uma participação ativa na sociedade. Não podia trabalhar fora. Não podia votar. Não podia reivindicar seus direitos. Enfim, vivia em exclusivamente em função do marido e dos filhos.
Na Inglaterra vitoriana de Darwin, a situação não se alterava muito. Ele mesmo fez questão de destacar a “inferioridade” da mulher em relação ao másculo homem, atrelando conceitos evolucionistas ao machismo tão em voga na época. Escreveu ele em “A Origem do Homem”:
“A distinção principal nos poderes mentais dos dois sexos reside no fato de que o homem chega antes que a mulher em toda ação que empreenda, requeira ela um pensamento profundo ou então razão, imaginação, ou simplesmente o uso das mãos e dos sentidos.”
[...]
“Para que fosse capaz de alcançar o mesmo nível do homem, quando em idade quase adulta, a mulher deveria praticar a energia e a perseverança e exercitar ao máximo a razão e a imaginação; provavelmente poderia então transmitir tais qualidades às filhas adultas. Seja como for, as mulheres não poderiam alcançar estes resultados, a menos que durante ‘muitas gerações aquelas que excedem nas supraditas qualidades se casassem e dessem ao mundo mais filhos do que as outras. Com respeito à força corpórea, já temos visto que, embora os homens não combatam pelas suas mulheres, pois que tal forma de seleção já está superada, na maturidade eles devem sustentar uma dura luta para manter a si mesmos e a família; e isto vem contribuir para conservar e aumentar as suas qualidades mentais e conseqüentemente a atual desigualdade entre os dois sexos”.
[...]
“No fim a fêmea assume, porém, alguns caracteres distintivos e na formação do crânio parece assumir um caráter intermediário entre o menino e o homem”.
Na Inglaterra vitoriana de Darwin, a situação não se alterava muito. Ele mesmo fez questão de destacar a “inferioridade” da mulher em relação ao másculo homem, atrelando conceitos evolucionistas ao machismo tão em voga na época. Escreveu ele em “A Origem do Homem”:
“A distinção principal nos poderes mentais dos dois sexos reside no fato de que o homem chega antes que a mulher em toda ação que empreenda, requeira ela um pensamento profundo ou então razão, imaginação, ou simplesmente o uso das mãos e dos sentidos.”
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“Para que fosse capaz de alcançar o mesmo nível do homem, quando em idade quase adulta, a mulher deveria praticar a energia e a perseverança e exercitar ao máximo a razão e a imaginação; provavelmente poderia então transmitir tais qualidades às filhas adultas. Seja como for, as mulheres não poderiam alcançar estes resultados, a menos que durante ‘muitas gerações aquelas que excedem nas supraditas qualidades se casassem e dessem ao mundo mais filhos do que as outras. Com respeito à força corpórea, já temos visto que, embora os homens não combatam pelas suas mulheres, pois que tal forma de seleção já está superada, na maturidade eles devem sustentar uma dura luta para manter a si mesmos e a família; e isto vem contribuir para conservar e aumentar as suas qualidades mentais e conseqüentemente a atual desigualdade entre os dois sexos”.
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“No fim a fêmea assume, porém, alguns caracteres distintivos e na formação do crânio parece assumir um caráter intermediário entre o menino e o homem”.
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“Em geral se crê que a mulher supera o homem na intuição, na maneira rápida como entende as coisas e talvez na imitação, mas pelo menos algumas dessas faculdades são características das raças inferiores e por conseguinte de um estágio de civilização mais baixo e já ultrapassado.”
[...]
As diferenças entre os dois sexos do gênero humano são mais evidentes do que na maioria dos quadrúmanos, mas não tanto como em alguns deles, como por exemplo o mandril.”
[...]
“O homem é mais corajoso, belicoso e enérgico e possui um espírito mais inventivo, O seu cérebro é muito maior, sem dúvida, mas ainda não se conseguiu constatar se é ou não proporcional às suas maiores dimensões.”
[...]
“Entre os povos civilizados, o costume de bater-se pela posse da fêmea há muito tempo que cessou; por outro lado, em geral os homens trabalham mais do que as mulheres pela comum existência e assim a sua maior força se conservou”.
[...]
“Isto se enquadra plenamente na hipótese da modificação e do fortalecimento de muitas das faculdades mentais com a seleção sexual; mediante tal hipótese, sustenta-se que no início elas sofreram uma mudança considerável durante a puberdade e, além disso, que os eunucos possuem tais qualidades em grau inferior durante toda a vida. Desta maneira o homem se tornou finalmente superior à mulher. Realmente é uma sorte que nos mamíferos prevaleça a lei da transmissão igual dos caracteres de ambos os sexos, porque, se assim não fosse, o homem se teria tornado tanto superior à mulher nos dotes mentais quanto o pavão o é em relação à própria fêmea, no que se refere à plumagem ornamental.”
[...]
“Em algumas espécies de quadrúmanos existe uma grande diferença entre os adultos dos dois sexos com respeito à potência da voz e ao desenvolvimento dos órgãos vocais; parece que o homem herdou tal diferença dos seus antigos ‘antepassados. As suas cordas vocais são aproximadamente um terço mais compridas do que as das mulheres e dos rapazes”.
“Em geral se crê que a mulher supera o homem na intuição, na maneira rápida como entende as coisas e talvez na imitação, mas pelo menos algumas dessas faculdades são características das raças inferiores e por conseguinte de um estágio de civilização mais baixo e já ultrapassado.”
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As diferenças entre os dois sexos do gênero humano são mais evidentes do que na maioria dos quadrúmanos, mas não tanto como em alguns deles, como por exemplo o mandril.”
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“O homem é mais corajoso, belicoso e enérgico e possui um espírito mais inventivo, O seu cérebro é muito maior, sem dúvida, mas ainda não se conseguiu constatar se é ou não proporcional às suas maiores dimensões.”
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“Entre os povos civilizados, o costume de bater-se pela posse da fêmea há muito tempo que cessou; por outro lado, em geral os homens trabalham mais do que as mulheres pela comum existência e assim a sua maior força se conservou”.
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“Isto se enquadra plenamente na hipótese da modificação e do fortalecimento de muitas das faculdades mentais com a seleção sexual; mediante tal hipótese, sustenta-se que no início elas sofreram uma mudança considerável durante a puberdade e, além disso, que os eunucos possuem tais qualidades em grau inferior durante toda a vida. Desta maneira o homem se tornou finalmente superior à mulher. Realmente é uma sorte que nos mamíferos prevaleça a lei da transmissão igual dos caracteres de ambos os sexos, porque, se assim não fosse, o homem se teria tornado tanto superior à mulher nos dotes mentais quanto o pavão o é em relação à própria fêmea, no que se refere à plumagem ornamental.”
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“Em algumas espécies de quadrúmanos existe uma grande diferença entre os adultos dos dois sexos com respeito à potência da voz e ao desenvolvimento dos órgãos vocais; parece que o homem herdou tal diferença dos seus antigos ‘antepassados. As suas cordas vocais são aproximadamente um terço mais compridas do que as das mulheres e dos rapazes”.
Neste mesmo período, o craniometrista Broca (do qual Darwin também fez uso) afirmava que a “inferioridade” da mulher podia ser “comprovada cientificamente” mediante o tamanho de seu cérebro.
Em relação à posição da mulher na igreja, não obstante o machismo predominar em muitas das nossas igrejas, hoje ela tem sido cada vez mais valorizada em nesse âmbito. Em algumas denominações evangélicas outro concervadoras ela já pode ser pastora, tem participação ativa em outras atividades e, graças a Deus, pode opinar no púlpito. Há 50 anos, isto seria uma blasfêmia! Igrejas tais, como, por exemplo, a Assembléia de Deus, já admitem diaconisas em seu rol. Quem diria!
Todavia, em nossos dias, embora a mulher atual tenha se emancipado, no que diz respeito aos seus direitos e valores, ela ainda é vista como inferior ao homem. Prova disso é que sua participação no mercado de trabalho e seu nível de instrução estão em termos estatísticos bem abaixo ao homem, ocupando posição de menor remuneração nas empresas. E, às que trabalham fora muitas das vezes têm de cuidar da casa sozinhas, já que o machismo ainda impera entre a maioria dos homens, que lamentavelmente vêem nos serviços domésticos “coisas de mulher!”
Em relação à posição da mulher na igreja, não obstante o machismo predominar em muitas das nossas igrejas, hoje ela tem sido cada vez mais valorizada em nesse âmbito. Em algumas denominações evangélicas outro concervadoras ela já pode ser pastora, tem participação ativa em outras atividades e, graças a Deus, pode opinar no púlpito. Há 50 anos, isto seria uma blasfêmia! Igrejas tais, como, por exemplo, a Assembléia de Deus, já admitem diaconisas em seu rol. Quem diria!
Todavia, em nossos dias, embora a mulher atual tenha se emancipado, no que diz respeito aos seus direitos e valores, ela ainda é vista como inferior ao homem. Prova disso é que sua participação no mercado de trabalho e seu nível de instrução estão em termos estatísticos bem abaixo ao homem, ocupando posição de menor remuneração nas empresas. E, às que trabalham fora muitas das vezes têm de cuidar da casa sozinhas, já que o machismo ainda impera entre a maioria dos homens, que lamentavelmente vêem nos serviços domésticos “coisas de mulher!”
Uma hom homenagem...
Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...
Vejam como é forte
A que eu conheço
Sua sapiência
Não tem preço
Satisfaz meu ego
Se fingindo submissa
Mas no fundo
Me enfeitiça...
Quando eu chego em casa
À noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz
Não tem mais jeito
Porque um filho
Quer seu peito...
O outro já reclama
A sua mão
E o outro quer o amor
Que ela tiver
Quatro homens
Dependentes e carentes
Da força da mulher...
Mulher! Mulher!
Do barro
De que você foi gerada
Me veio inspiração
Prá decantar você
Nessa canção...
Mulher! Mulher!
Na escola
Em que você foi
Ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte
Mas não chego
Aos seus pés...
É isso!
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...
Vejam como é forte
A que eu conheço
Sua sapiência
Não tem preço
Satisfaz meu ego
Se fingindo submissa
Mas no fundo
Me enfeitiça...
Quando eu chego em casa
À noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz
Não tem mais jeito
Porque um filho
Quer seu peito...
O outro já reclama
A sua mão
E o outro quer o amor
Que ela tiver
Quatro homens
Dependentes e carentes
Da força da mulher...
Mulher! Mulher!
Do barro
De que você foi gerada
Me veio inspiração
Prá decantar você
Nessa canção...
Mulher! Mulher!
Na escola
Em que você foi
Ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte
Mas não chego
Aos seus pés...
É isso!
O debate segue neste link do Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=26796515&tid=2587658338524413674
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