sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vestibular para Darwinistas - V

Membro: IBA MENDES
____
E aqui estamos nós mais uma vez com mais uma versão do já conhecido "Vestibular para Darwinistas". Desta vez, no entanto, vamos enfatizar a questão social no contexto biólogico. Sem dúvida, uma boa oportunidade para a turma "evo psy" esclarecer alguns pontos obscuros da famigerada Psicologia Evolutiva, o remanescente da antiga sociobiologia.

A todos, sucesso!!! ((rs))

--
1 - Como é sabido, comemorou-se recentemente os 200 anos do nascimento de Charles Darwin. Tal acontecimento foi noticiado enjoativamente em todos os meios de comunicação. Esta alardeada comemoração foi justificada por ser Darwin o “pai da evolução” ou o "criador da Seleção Natural". Porém, como é sabido, partiu de Alfered Wallace esta iniciativa. Pergunta: será que o Wallce, na data de seu nascimento, terá esta mesma MACRO-cobertura jornalística? Por que o plagiador se tornou mais importante do que o seu original criador? Se Darwin foi o "pai da evolução" pode-se dizer que Walace foi o "titio da evolução"? ((rs))

2 - O que causa o comportamento?

3 - Na "filosofia" evolucionista de Huxley está francamente implícita uma teleologia humanista. A ela não resistem os mais positivistas de seus defensores. O que é, aliás, o positivismo, senão uma filosofia progressista e utópica? Não foram porventura Augusto Comte, Herbert Spencer e este último abencerragem do positivismo matemático, Bertrand Russell, humanistas utópicos?

4 - Como as plantas e os animais se relacionam?

5 – Em relação à homologia, no que diz respeito à pluricelularidade em si: teria ela surgido só uma vez? Conseguiremos explicar sua ocorrência em todos os animais, se resolvermos como surgiu nos mais primitivos? Ou terá se desenvolvido várias vezes? Em outras palavras, a pluricelularidade de várias linhagens animais é homóloga ou análoga?

5 – É possível que um comportamento complexo como aquele relacionado com o divórcio, para citar um exemplo curioso e polêmico, poderia ser influenciado pelos genes?

6 - Até que ponto a seleção natural é exclusiva, enquanto agente da mutação evolutiva? Todas as características dos organismos devem ser encaradas como adaptações?

7 – A seleção natural é onipotente?

8 - Serão as grandes tendências" evolutivas no interior das linhagens principais apenas mais uma acumulação de mudanças sequenciais e adaptativas?

9 - Se as subpopulações são reservas de procriação separadas, qual a probabilidade de todas evoluírem na mesma direção e ainda serem capazes de cruzar umas com as outras, quando já tiverem mudado o suficiente para serem consideradas uma nova espécie?

10 - Pode-se ponderar darwinianamente que uma forte tendência masculina para a infidelidade conjugal? Supondo uma base genética para esta diferença sexual, não poderíamos sustentar a inevitabilidade da traição masculina, uma vez que é o comportamento “natural”?

11 - Como explicar a conduta selvagem e impiedosa de líderes políticos, tais como Lenin, Stalin, Mao, Hitler, Mussolini, num contexto histórico em que a ciência e a sociedade foram tão fortemente influenciadas por conceitos do darwinismo social? Qual teria sido a influência dos conceitos darwinistas nas mentalidades desses ditadores? Como entender o fato de que no mesmo período histórico grande parte da população mundial esteve sob domínio de várias pessoas tão psicologicamente desequilibradas?

12 - Porque alelos claramente mal adaptados são comuns?

13 - Em relação a depressão, pode-se atribuir a ela algum caráter adaptativo? Em caso afirmativo, em quais situações a depressão é adaptativa?

14 - Qual a relação entre as espécies vivas e as que se encontravam sob a
forma de fósseis?

15 - Supondo que os órgãos plenamente desenvolvidos (como o olho) proporcionavam benefícios óbvios à evolução. Mas que benefícios proporcionavam esses órgãos nos primeiros estágios de desenvolvimento?

16 - Pode-se afirmar que as formas como as pessoas selecionam com seus parceiros são determinadas por mecanismos psicológicos complexos que evoluíram a partir da seleção natural?

17 - Por qual razão as pessoas aceitam com naturalidade o fato de a Terra girar ao redor do Sol e ainda hoje rejeitam os ensinamentos de Darwin?

18 - Quão diferentes são os seres humanos dos animais?

19 - O que é importante a respeito da natureza humana? Que há de especial em pertencer ao gênero humano?

20 - As mutações determinadas pelo acaso no plasma germinativo, que conduzem às variações correspondentes na estrutura orgânica do adulto, confrontam-se com as condições porventura vigentes no ambiente circundante, em virtude das quais as variantes aptas são conservadas e as não-aptas eliminadas. Esses efeitos acidentais afetam, não há dúvida, características anatómicas e fisiológicas dos indivíduos. Mas devemos daí concluir que afetam também o pensamento, a alma humana; a cultura? (Penna)

21 - A desvalorização da consciência do "eu" é uma consequência necessária da teoria. O pensamento, o cogito ergo sum cartesiano só é válido na medida que possui um valor para a sobrevivência. O que representa então o sacrifício? O que vale um ato induzido pela consciência do dever, o que vale uma inspiração genial ou um ímpeto sublime de amor? Seria uma mera aberração biológica? (Penna)

22 - Por que o egoísmo, o altruísmo e a reciprocidade racional seriam a mesma coisa, produtos da seleção - se constituem comportamentos contraditórios?

23 - O conceito "apto" é, em termos de seleção natural, aquele que favorece o indivíduo na luta pela vida. O indivíduo que pensa correta e eficientemente é inteligente, vence e sobrevive. Aquele que não pensa bem, definha e morre sem reproduzir. Arre! Mas bastaria isso para compreendermos o mundo do arbítrio humano onde sempre estamos, permanentemente, diante de uma opção correta, em termos de sobrevivência, e de outra incorreta que pode nos levar à falência, ao desastre e à morte? Para compreendermos a natureza do homem, não devemos compreender os atos de heróis, santos, sábios e génios e, sobretudo, nos compreender a nós mesmos? A verdade, afirmava Agostinho, está em nós mesmos in interiore homini habitat veritas. A verdade está em nós ou dentro de um formigueiro? (Penna)

24 - Como pode um processo que não tem propósito, nem finalidade, nem liber-dade, gerar um ser em que propósitos e finalidades orientam decisivamente a capacidade de fazer escolhas livres e conscientes entre alternativas de egoísmo ou amor, de falsidade ou verdade?

25 - Os covardes têm maiores perspectivas de sobrevivência do que os heróis? Enquanto os heróis morreram pelas garras do carnívoro, os covardes refugiaram-se na montanha e são eles que se irão reproduzir com as fêmeas restantes. Como explicar então que sejam os elementos genéticos "heróicos" os que deverão determinar a evolução da espécie de bugios?

26 - Argumenta Wilson que a perda dos genes positivos, sofrida pela morte dos indivíduos disciplinados e devotados, pode ser mais do que compensada pelo ganho de genes obtido graças à expansão posterior do grupo beneficiado. O cálculo de probabilidade decrescente na base das tabelas matemáticas de proximidade no parentesco de Hamilton exige dos macacos uma capacidade de trabalho mental que, confesso, é muito superior à minha própria. Mesmo lendo Hamilton, eu não entendi exatamente como funciona. Será que os bugios possuem essa inteligência pêlos números, inclusive de cálculo de probabilidades, cálculo integral, etc.?

27 - O velho bolchevista que está pronto a aceitar a violência injusta e sacrificar não somente a vida, mas também a honra, o amor-próprio e o nome, em benefício de um movimento, de um partido e de um grupo humano que não reconhece em si próprio transcendência alguma e nega a imortalidade da alma - onde teria encontrado a justificação genética para seu comportamento?

28 - Wilson assinala que o comportamento altruístico é frequentemente dirigido em benefício de parentes próximos. É no entanto bastante conhecido, nas estatísticas e crónicas policiais, que uma alta proporção de crimes ocorre dentro da unidade familiar. O fratricídio, como já notamos, constitui um percalço da vida em família. Do mesmo modo, são as guerras civis geralmente mais ferozes do que as guerras externas. Como podem tais fatos históricos evidentes se encaixar na teoria sociobiológica? Será que o sentido de "dever" e de "direito" que obriga um negro a ajudar um branco, ou vice-versa, com risco da própria vida, ou o sentimento altruístico de companheirismo entre soldados de uma mesma tropa - um sentimento que admitimos esteja acima do instinto individual egoísta de autoconservação - poderá jamais ser explicado pelas regras epigenéticas observáveis em processos sociobiológicos? (Penna)

29 - Será a inteligência um dom inato de cada um ou é o produto da cultura e da educação?

30 - Como surgiu a consciência? Como floresceu essa ins¬tância ética antinatural? Melhor ainda - e tenhamos a coragem de usar a expressão! - como se criou, sobrenaturalmente, a função por Kant denominada imperativo categórico?

31 - Em Teilhard de Chardin temos o finalismo evolucionista levado às suas últimas consequências. O célebre jesuíta acaba misturando a mística poética da missa a céu aberto ao amanhecer, no deserto de Gobi, com o positivismo algo marxista do Café de Flore, no boulevard Saint-Michel ao anoitecer. Teilhard está em postura de conflito lógico e disciplinar com os pressupostos da biologia e da paleontologia evolucionista quando, numa verdadeira e não mui ortodoxa teologia, transforma todo o processo evolutivo em expressão exata dos seis dias da Criação pelo divino escultor in excelsis. A introdução de Deus como o próprio autor do "plano geral" de evolução pode causar certa perplexidade, mormente aos angustiados com a teodicéia. Mas, para um partidário otimista da ordem e do progresso, o que vale então o espetáculo inenarrável de dor, violência, tortura, morte e louco esbanjamento que representou a natureza, durante os tais bilhões de anos de evolução - desde a bactéria original no oceano primevo até o plasmódio malarento, o treponema sifilítico, o vírus aidético, a serpente venenosa, o sapo peçonhento, a barata imunda, o tubarão assassino e o tigre devorador? Para que tanto sofrimento? É o que não podemos deixar de perguntar: foi mesmo nosso Pai todo-poderoso e misericordioso quem concebeu esse horroroso método? (Penna)

32 - No que diz respeito aos famigerados genes egoístas, quando consideramos o próprio método de reprodução sexual, ao misturar seus genes com os de seu parceiro sexual, perde o animal 50% do seu património genético. Como levar em conta esse fenômeno?

33 - Não se deve então conceder valor algum aos propósitos e objetivos religiosos da humanidade? E, nesse caso, não passam estes de expressões de um antropomorfismo obsoleto? Os objetivos morais ou estéticos "não são senão" aspectos subjetívos de fenómenos que devem, apenas, ser estudados no nível experimental do materialismo científico?

34 - Onde estão a prova das verdadeiras transformações genômicas e morfológicas que justifiquem a pretensão darwinista de uma descendência comum de um micro-organismo primordial até o homem?

35 - Sabe-se que a Seleção Natural é a pedra angular da teoria evolutiva. A partir disso, sobre o que ela tua? Sobre o indivíduo? Sobre o grupo? Sobre o gene?

36 - A resistência das bactérias aos antibióticos pode ser considerado um exemplo realmente apropriado de mudança evolutiva? Em caso afirmativo: como relacionar este fato com os acontecimentos macro-evolutivos ocorridos supostamende desde a bilhões de anos?

37 - O que seria necessário para falsificar a sua crença, por exemplo, que criaturas terrestres são definitivamente peixes modificados, transformados através de etapas lentas, pequenas e totalmente fortuitas de animais que respiravam pelas guelras a animais que respiram por pulmões?

38 - Qual evidência genética, de desenvolvimento, ou outra evidência você aceitaria como uma demonstração de que tornar criaturas de habitação terrestre via meios puramente darwinianos?

39 - Qual evidência levaria a você conceder que mudanças pequenas, aleatórias e por etapas não podem produzir os efeitos MACROevolutivos que o registro fóssil parece registrar?

40 - E a pergunta corolária é: se você não quer especificar de antemão o que levaria para falsificar os mecanismos neodarwinistas, se você quer, aqui e agora, ou admitir que o neodarwinismo não seja uma teoria científica, ou deixar de lado a exigência de falseabilidade que vocês impuseram sobre a TDI? (Enézio)

É isso!

Link no Orkut:

Nenhum comentário:

Postar um comentário