sexta-feira, 10 de julho de 2009

A “Ida” dos que não foram

Membro: IBA MENDES

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“Respeitável público!
Preparem os seus corações para o inusitado, o insigne, o esplendoroso e o deslumbrantemente admirável. Mais impressionante que a viagem do homem à Lua, mais formoso que a Mona Lisa e mais raro que o Cálice Sagrado (rufam os tambores), lhes apresento o magnificente... (suspiros, espanto e concentração)...

Darwinius masillae! A descoberta que irá revolucionar tudo o que se sabia até aqui sobre a evolução do Homem (aplausos, delírios e desmaios). ((rs))

Parece um tanto exagerado, mas quem acompanhou os noticiários no dia em que foi apresentado o fóssil “Ida”, não terá dificuldade em confessar o excesso, ou, no mínimo, abster-se de opinar. Nem mesmo o Google escapou à incrível histeria. A impressão que se tinha é que o próprio fóssil andava e soletrava Dar-win. Faltou apenas o lançamento de uma superprodução de Hollywood sob a direção de Steven Spielberg.

Mas, afinal, por que todo esse exagerado alarde? Como explicar este espetáculo orquestrado a favor do lançamento de um simples fóssil até então completamente desconhecido?

Bem. Todo mundo sabe que o maior problema do darwinismo residiu exatamente nos fósseis. O próprio Darwin havia reconhecido isso em seu livro “A Origem das Espécies”. Desde então tem havido um esforço faraônico com o intuito de encontrar fósseis que pudessem sustentar a veracidade do gradualismo. Nesta aventura inglória, muitos absurdos foram cometidos, por exemplo, inúmeras falsificações, das quais a mais conhecida, a do homem de Piltdown.

Em conseqüência disso, qualquer ossinho encontrado em algum lugar remoto, já é motivo de se fazer rolhas, de champanha, espocar em laboratórios em todo o mundo. E, quando a descoberta vai além de um dente ou de uma mandíbula, nesse caso ararancam-se gritos de "Eureka!" de cem mil gargantas. Assim, não é tão difícil descobrir os motivios pelos quais o fóssil “Ida” se tornou mais popular que muitas estrelas do cinema e da televisão. E o fato de acreditarem que tal fóssil seja o elo que mais explicaria a evolução humana, realmente teve um peso enorme em todo esse show.

No entanto, quem já bebeu um bom vinho e já leu Shakespeare, sabe que a vida é feita também de ilusão. Todo este espetáculo hollywoodiano, como uma verdade, passará como o vento e evaporará como a neblina...

...mas ainda restará a esperança, que, para um “bom darwinista” sempre é a última que morre.((rs))


É isso!

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