sexta-feira, 10 de julho de 2009

Memes, fadas e gnomos

Membro: IBA MENDES

_________

Em que reside, afinal, os “memes” criados pelo ideólogo ateísta Richard Dawkins?

Como é sabido, os genes são encontrados em locais exatos nos cromossomos, sendo uma entidade observável bem definida nos planos biológico, químico e físico, mas, e os memes, onde estão eles? Ou melhor: o que são eles?

- Nos cérebros, diram “as viúvas de Darwin” que assumiram novas núpcias com Dawkins!

Sim, mas, qual seria exatamente a aparência de um meme? É possível detectá-lo empiricamente? Como eles podem ser descritos em termos biológicos, químicos e físicos? Qual a evidência sólida, observácional para os memes, que nos levaria a aceitá-los como necessário e efeitivo a fim de explicar o desenvolvimento cultural? Resumindo: por que eles são mais importante de que um aparelho para desentortar bananas?

Em seus principais livros, Dawkins sempre faz menção dos hipotéticos “memes” como “replicadores culturais”, que podem explicar desde melodias até idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou construir arcos e, principalmente, a crença em Deus. Sobre este aspecto, enfatiza Dawkins em “O Gene Egoísta”:

”Considere a idéia de Deus. Não sabemos como ela se originou no "fundo" de memes. Provavelmente originou-se muitas vezes por "mutação" independente. De qualquer forma, ela é realmente muito antiga.

Como se replica? Pela palavra escrita e falada, auxiliada por música e arte estupendas. Por que tem um valor de sobrevivência tão alto? Lembre-se que "valor de sobrevivência" aqui não significa valor para um gene no "fundo", mas valor para um meme num "fundo" de memes.

A pergunta realmente significa: o que há com a idéia de um deus que lhe dá estabilidade e penetração no ambiente cultural? O valor de sobrevivência do meme para deus no "fundo" resulta de sua grande atração psicológica. Ele fornece uma resposta superficialmente plausível para questões profundas e perturbadoras a respeito da existência. Ele sugere que as injustiças neste mundo talvez possam ser corrigidas no próximo.

Os "braços eternos" oferecem uma proteção contra nossas próprias deficiências, a qual, como o placebo do médico, não é menos eficiente por ser imaginária. Essas são algumas das razões pelas quais a idéia de Deus é copiada tão facilmente por gerações sucessivas de cérebros individuais. Deus existe, mesmo se apenas sob a forma de um meme com alto valor de sobrevivência ou de poder infectante no ambiente fornecido pela cultura humana.”

O que leva, afinal, pessoas que se dizem “racionais” e que costumam abominar a religião por acreditar que ela seja anti-racional, CRER numa jibóica tolice desta estirpe?

A resposta me parece até simples demais: é que os “memes” servem como desculpa ou pretexto a fim de tentar explicar o universal fenômeno religioso por um viés "científico."

Como se sabe, nunca foi encontrado povos ateus. O ateísmo sempre existiu de maneira errática e de forma isolada. A crença em Deus (ou deuses) é, pois, um fenômeno universal e atemporal. E é bom que se diga que isso nunca foi problema para os “ateus clássicos”, os quais viveram (e ainda vivem) sua filosofia de vida por motivos estritamente pessoais, sem necessidade de fazer dele um concorrente para a religião.

Com os “memes”, Dawkins tentar dar uma roupagem científica à crença religiosa que ele tanto abomina. É mais ou menos algo parecido com aquilo que os cientistas de Hitler tentaram fazer em relação aos judeus e outras minorias consideradas “inferiores”. Ou seja, tentar encontar respaldo “científico” para justificar uma opção ideológica. Dawkins, que se recusa a aceitar a crença religiosa como um fenômeno não suscetível de ser explicado sob a égide da Seleção Natural, busca com os “memes” dar uma resposta “científica” ao que considera “pior do que um vírus”, ou seja, a religião.

Obviamente (e isso faz parte da estratégia), além da religião ele inclui outros elementos da cultura como passíveis de serem “ mimetizados”. Do contrário, a cousa ficaria às claras. ((rs))

Seja como for, conduzindo ao extremo a hopótese dos “memes”, e levando em conta que não podem ser detectados em laboratórios ou em tubos de ensaio, ou seja, não podem passar pelo crivo da ciência empírica, pode-se concluir com a mesma “lógica dawkinsniana” que existe um meme para a fé nos próprios memes. Se não for assim, mandem os livros sobre lógica ao Index Librorum Prohibitorum.


É isso!

Link no Orkut:

Nenhum comentário:

Postar um comentário