domingo, 12 de julho de 2009

Noé e a Etimologia Humana

Membro: MANOEL ANTÔNIO
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Bengt Sage

O Autor : Bengt Sage é um comerciante australiano cujo passatempo é o estudo de línguas e etimologia. Nasceu na Suécia e, em seus dias de mocidade, viajou a cada continente com a marinha mercantil. Ele recebeu um diploma em Bíblia através de estudos por correspondência na língua espanhola, e se tornou comprometido ao criacionismo como resultado da leitura do livro The Bible and Modern Science em espanhol.


À medida em que as tradições universais do dilúvio se espalhavam pelo mundo com as migrações pró Ararate, o venerável nome de Noé as acompanhou.¹ Isto parece especialmente evidente através da antiga linguagem Sanscrita e do nome Manu. O termo Sanscrito por sua vez, pode ter vindo de uma palavra equivalente na assim chamada língua “Proto-Indo-Européia”.
Manu era o nome do herói do dilúvio nas tradições da Índia. Conta-se que ele, como Noé, construiu uma arca na qual oito pessoas foram salvas. Assim, é altamente provável que Noé e Manu eram o mesmo individuo, “Ma” é uma antiga palavra para “água”, assim Manu poderia significar “Noé das águas”. No Velho Testamento Hebreu, as palavras “água” e “águas” são ambas traduções de myim sendo que a sílaba yim é o sufixo padrão para o plural hebraico.
O prefixo “ma” poderia bem ser a forma original de mar e mer (espanhol e francês para “mar”, ambos do latim maré) e assim de palavras inglesas tais com “marine” (N. da R. marinha em português).
Em Sanscrito o nome Manu veio apropriadamente, a significar, “homem” ou “humanidade” (pois Manu ou Noé, foi o pai de todo o gênero humano pós-diluviano). A palavra está relacionada ao germânico Mannus², o fundador dos povos germânicos ocidentais, Mannus foi mencionado pelo historiador romano Tacitus em seu livro Germânia³. Mannus é também o nome do Noé Lituano4 . outra forma Sânscrita, manusa, está intimamente relacionada à palavra sueca manniska5, ambas as palavras significando “ser humano“.

O mesmo nome pode até ser refletido no egípicio Menes (fundador da primeira dinastia egípcia) e Minos (fundador e primeiro rei de Creta). Dizia-se que Minos, na mitologia grega, era o filho de Zeus e chefe do mar6.
A palavra inglesa “man“ (homem) bem como as suas equivalentes nas línguas germânicas são assim também relacionadas ao Sanscrito Manu. O G6tico, o mais antigo idioma germä nico conhecido, usava a forma Man-na, e também gaman (“o próximo").
O nome Anu aparece em Sumério como o deus do firmamento, e o arco-íris era chamado de “o grande arco de Anu”7, que parece ser uma clara referência a Noé (veja Gênesis 9:13). Na mitologia egípcia Nu, era o deus das águas que enviou uma inun dação para destruir a raça humana 8. Nu e sua noiva Nut eram deidades do firmamento e da chuva. Nu era iden tificado com a inicial massa líquida da c6u, seu nome significando também “céu”9.

Na África, o rei do Congo (o império Congo antigamente incluía to da a bacia do Congo, agora incorporando os territórios de Angola, Zaire, Cabinda e a República da Congo) era chamado Mani Congo, “Mani”era um título nobre dada a grandes chefes, ministros, governadores, sacerdotes, e o próprio rei. Este império, de fato, foi certa feita chamado de império Manikongo10 .
Na Europa, o prefixo “ma“ pare ce ter tomado freqüentemente a for ma de da, que é uma antiga palavra para “água” ou “rio”. Isso levou ao nome “Don“ na Inglaterra e Rússia, e “Danúbio” nas Penínsulas Balcânicas. Os primeiros gregos que viviam no litoral eram chamados de Danaoi, au “povo da água”11. Variações do nome Danúbio têm incluído Donau, Dunaj, Duna, Dunan e Dunay. A raiz de todos esses nomes é danu, que quer dizer "rio" ou “correnteza”12. Antigamente o rio letônio, Divina, era chamado Duna, sendo assim também da mesma palavra raiz Indo-Européia Danu. A similaridade de danu e ma na evidente13.

Da Índia, o Sanscrito “manu“ também foi para o leste. No Japão, “manu” se tornou “maru“, uma pa lavra que está incluída no nome da maioria dos navios japoneses. Na antiga mitologia chinesa, o deus Hakuda Maru veio do céu para ensinar ao povo como fazer navios. Esse nome poderia bem estar relacionado com Noé o primeiro construtor de navios.
O costume de incluir “Maru” nos nomes dos navios japoneses parece ter começado entre os séculos XII e XIV. No término do século XVI, o senhor da guerra Hideyoshi construiu o primeiro navio japonês realmente grande, chamando-o de “Nippon Maru“. Em japonês “maru“ também parece significar um lugar fechado arredondado, ou círculo de refúgio, por isso o círculo é considerado como um sinal de boa sorte. Naturalmente a arca de Noé foi o primeiro lugar fechado de refúgio.
Os aborígines do Japão são chamados de Ainu, uma palavra que significa “Homem”14. A palavra mai de nota “homem aborígine” em algumas das línguas aborígines australianas. Em Havaí, mano a palavra para “tubarão” bem como o nome para o deus tubarão. Uma colina na ilha de Molokai é denominada Puu Mano (“monte do deus tubarão“)15. A pa lavra para “montanha“ é mauna, e pode ser também que as grandes montanhas vulcânicas havaianas (Mauna Loa, por exemplo, é o maior e mais ativo vulcão do mundo) lembravam aos primeiros fundadores o montanha vulcânica, de maneira que eles, nomearam tais montanhas com o nome de seu ancestral Manu ou Noé. Ararate, a propósito, o mesmo que Armênia na Bíblia. O prefixo “Ar‘‘ significa “montanhas“, assim, “Armênia" provavelmente significa “A montanha de Meni”.

No continente americano, “ma nu“ parece ter sido modificado em diversas formas. Na língua Sioux, tomou a forma minne, significando “água”. Assim, Mineapolis significa “cidade da água”, Minnesota significa “água cor do céu”, etc. Na língua Assiniboine, “minnetoba” significa “planície de água”. Esse nome preservado na província canadense Manitoba. Entretanto, essa palavra pode ter sido derivada das línguas Cree e Ojibiva-Saulteaux, na qual “Manito ba” significava “o lugar do Grande Espírito“. Manitou (“o Grande Espírito”) era o deus chefe entre os Algonquins16.
Até mesmo na América do Sul podem ser achados traços do antigo nome Manu. O nome de Manágua, a Capital da Nicarágua, vem do Nahuatl managuac, que significa “cercado por fontes“.
Francisco Lopes de Gomara, se cretário do conquistador Cortez, tem dado uma descrição da legendária cidade de Manoa, supostamente a capital de El Dorado, a cidade de ouro. Manoa (significando “água de Noé") foi dito ser uma cidade morta no alto da Sierra Parina entre o Brasil e a Venezuela17. A cidade brasileira de Manaus, no rio Amazonas, foi denominada em honra ä tribo indígena aborígine Manau, que antigamente dominava a região. Na Bolívia há uma cidade de Manoa, e um rio chamado Manu, no Peru. De fato, diversos rios incluem “manu“ em seus nomes - Tacuatjmanu, etc. No Departamento de Madre de Dios, onde todos esses rios estão localizados, pela palavra “manu“ se entende “rio” ou “água” Uma das províncias desse departamento de fato, chamada Manu e outra Tahuamanu.
O hieróglifo egípcio para “água“ era escrito como uma linha ondulada. Quando o alfabeto foi inventado, es se símbolo se tornou a letra "m", representando mayim, a palavra Semítica para "água". Na Fenícia de 1300 - 1000 A.C. era chamado Mem, que mais tarde foi chamado Mu em grego e finalmente Em entre os romanos18,19.

Outra reflexão do nome Noé pode ter sido a palavra assíria para “chuva“, zunnu20. Janus, o deus de duas cabeças (de cujo nome provém a palavra janeiro) era considerado pelos primeiros habitantes da Itália co mo o pai do mundo e como o inventor dos navios, e mais tarde como o deus dos pórticos. Todos esses conceitos seriam apropriados para Noé. Não impossível que o nome Janus podia originalmente ter sido uma combinação de “Jah” e “Noé”, significando dessa maneira “Senhor de Noé”.
Na mitologia escandinava, Njord era o nome do deus dos navios, vi vendo em Noatun o ancoradouro dos navios. Nessa língua, a sílaba “noa” é relacionada com a palavra islandesa nor, que significa “navio”21.
Similarmente a palavra para “navio“, no original Sanscrito, nau. Es sa raiz tem se desenvolvido até no inglês em tais palavras como “Navy“, “nautical“, “náusea” etc.22 (em português: “marinha“, “náutico“, “náusea“). Essa palavra poderia bem ser uma outra variação de "Noé", o primeiro mestre construtor de navios.
Além disso, há Ino, uma deusa do mar na mitologia grega, e a palavra grega naiade, significando “ninfa do rio”23 . Muitos outros exemplos poderiam ser citados.
Assim, Noé e as águas somente revocados nas antigas tradições de todas as nações, mas seus nomes têm sido também incorporados em muitas e variadas formas nas próprias línguas de seus descendentes. As trilhas são tênues e freqüentemente quase extintas, de maneira que algumas das conexões inferidas são especulativas e possivelmente erradas, mas as correlações são muito numerosas para serem somente coincidências, aumentando assim mais uma evidência para o fato histórico do dilúvio mundial.

REFERÊNCIAS
1. Este estudo necessariamente exploratório e um pouco especulativo. Apesar disto fascinante, e as correlações etimológicas são numerosas e detalhadas demais para serem coincidentes.
2. Veja o Oxford Dictionary of English Etymology.
3. Tacitus, The Agricula and thc Germania, Middleses, England: Penguin Books, Ltd., 1970, p. 102.
4. Kolosimo, Peter, Not of This World, London, England: Sphere Books, Ltd., 1975, p. 171.
5. Vcja o Syensk Etymologisk Ordbok.
6. Cerarn, C.W., Gods, Graves and Scholars, Middlesex, England: Penguin Pelican Books, 1974, pp. 79-83.
7. Sandars, N. K, The Epicof Gilgamesh, Middlesex, England: Penguin Classics, 1960.
8. Tomas, Andrew. Atlantis from Legend to Discovery, London: Spherc Books, Ltd. 1972, p. 25.
9. Spence, Lewis, Myths and Legends of Ancient Egypt, London: Georgc C. Harrap e Co., Ltd.. 1915.
10. Hall. Richard. Discovery of Africa, Melbourne, Australia:Sun Books, Ltd., 1970, p. 67.
11. Veja o artigo sobre El Correo, publicado pela Unesco, Abril 1960. p. 27.
12. Veja National Geographic Magazine. Octobcr 1977, p. 458.
13. Não hä nenhuma documentação da mudança onética dc "ma" para “da“, apesar dc que isto seria muito provável, especialmente em vista aos significados similares dos scus derivados.
14. Fumeaux, Rupert. Ancient Mysteries, London: Futura Publications, Ltd. 1976.
l5. Pukui, Mary Kawerns, and Elbert, Samuel H., Place Naines of Hawaii, Honolulu: Uni vcrsity of Hawaii Press, 1966.
16. Veja brochura publicada pela Manitoba I Historical Society cm Winnipeg. Canadä.
17. Kolosimo, Peter, Timeless Earth, London; Sphcrc Books, Ltd., 1974, pp. 136, 215.
18. Laird, Charlton, The Miruele of Language, New York: Fawcett World Library, 1967, p. 177.
19. Pci, Mario, Language for Everybody, New York: Pocket Books, Inc., 1958, p. 182.
20. Cleator, PF. ‚Lost Languages, New York: New American Library of Word Litcraturc, 1962, p. 105.
21. Fiby, Frederick A.,TheFlood Recon sidered, London:Pickering and Inglis, 1970,pp. 55-5 7.
22. Hellquist, Elof, Svensk Etimologisk Ordbok, Lund, Sweden: C.W.K. Gleerups Forlag, 1966, p. 701.
23. Cuerber, H. A., The Myths of Greece and Rome, London: George G. Harrap and Co., Ltd., 1948, p. 235.


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