Membro: IBA MENDES
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“Forçado pelo meu ofício a passar em revista todas as raças humanas, busquei o ateísmo entre as mais degradadas e as mais elevadas. Não o encontrei em lugar nenhum, a não ser no estado individual... O ateísmo apenas existe em estado errático. Este é o resultado de uma investigação que posso chamar conscienciosa, e que iniciei bem antes de alcançar à cátedra de Antropologia.” - Armand de Quatrefages (antropólogo)
É o ateísmo realmente mais racional do que a religião? Por quais critérios é possível concluir que o ateísmo é a opção mais racional do ponto de vista filosófico? Qual, afinal, é a verdadeira base para sustentá-lo como mais lógico racionalmente e mais inteligente intelectualmente?
Num outro tópico, lá pelas tantas, um colega fez menção do link de um blog no qual escreve sobre temas pertinentes ao desta comunidade. Por curiosidade fui até lá para ver. E logo vi que se tratava de mais um blog para divulgação do ateísmo (vide link no fim do tópico).
Pois bem, um título me chamou a atenção, mas não pela profundidade de seu conteúdo, e sim pela forma ingênua e pretensiosa de se afirmar o ateísmo como a melhor filosofia de vida. Abaixo, em letra azul, segue o referido texto devidamente destrinchado e comentado:
“Porquê a Crença em Deus é Irracional e Infantil”
Note-se o emprego da forma “Deus”, em vez de “deuses”. Embora aparentemente esta distinção não tenha a menor relevância, e mesmo que o termo da forma como aparece no título não tenha sido usado intencionalmente, quase sempre a ênfase deste tipo de crítica ateísta recai sobre a crença no monoteísmo cristão, judaico e muçulamano. O motivo não é menos do que óbvio.
Mas, vamos lá...
”Certa ocasião, em uma conversa informal com colegas de trabalho, expressei meu posicionamento acerca da existência de Deus, uma das colegas se sentiu emocionalmente abalada a ponto de procurar lugar para sentar-se e disse jamais imaginar que eu fosse ateu. Esta experiência me foi motivo de reflexão sobre o papel das emoções na convicção religiosa.”
Será realmente que a reação desta moça diante da revelação do autor diz algo sobre ser o papel da emoção mais decisivo na opção pela crença do que na escolha pelo ateísmo? Por quais meios é possível concluir, afinal, que a preferência pelo ateísmo seja apenas e tão somente fruto da razão, sem qualquer interferência da emoção?
No que concerne à atitude desta moça, fazendo um paralelo, não seria de estranhar se houvesse uma grande surpresa entre um grupo de 1000 pessoas no qual 999 fossem comunistas e apenas um manifestasse seu apreço pela supremacia do capital. Ou seja, num país preponderantemente religioso como o Brasil, onde o ateísmo ainda é uma prática “obscura” (ou ignorada), parece normal que alguém fique emocionalmente surpreso ao ouvir outro declarar-se ateu. Isso é comum e aconteceria da mesma forma com o ateísmo caso ele fosse maioria e tivesse a influência que tem a religião. Esse é um tipo de "estranhamente" cultural e universal. Se duvidarem, tentem usar saia aqui no Brasil e, em seguida, lá em Tonga. ((rs))
Mas, vamos lá...
”Certa ocasião, em uma conversa informal com colegas de trabalho, expressei meu posicionamento acerca da existência de Deus, uma das colegas se sentiu emocionalmente abalada a ponto de procurar lugar para sentar-se e disse jamais imaginar que eu fosse ateu. Esta experiência me foi motivo de reflexão sobre o papel das emoções na convicção religiosa.”
Será realmente que a reação desta moça diante da revelação do autor diz algo sobre ser o papel da emoção mais decisivo na opção pela crença do que na escolha pelo ateísmo? Por quais meios é possível concluir, afinal, que a preferência pelo ateísmo seja apenas e tão somente fruto da razão, sem qualquer interferência da emoção?
No que concerne à atitude desta moça, fazendo um paralelo, não seria de estranhar se houvesse uma grande surpresa entre um grupo de 1000 pessoas no qual 999 fossem comunistas e apenas um manifestasse seu apreço pela supremacia do capital. Ou seja, num país preponderantemente religioso como o Brasil, onde o ateísmo ainda é uma prática “obscura” (ou ignorada), parece normal que alguém fique emocionalmente surpreso ao ouvir outro declarar-se ateu. Isso é comum e aconteceria da mesma forma com o ateísmo caso ele fosse maioria e tivesse a influência que tem a religião. Esse é um tipo de "estranhamente" cultural e universal. Se duvidarem, tentem usar saia aqui no Brasil e, em seguida, lá em Tonga. ((rs))
”Cada indivíduo sofre condicionamento cultural desde a infância para ser útil à sociedade e obter direitos sobre os bens que ela produz, a religião é parte dessa cultura. “
Isso acontece não apenas em relação à religião. Quem conhece um pouquinho de história, não terá dificuldade em saber que na antiga União Soviética as crianças eram doutrinadas para serem atéias. A religião era considerada um retrocesso, e por isso nas escolas se faziam uma verdadeira “lavagem cerebral” nos alunos para que vissem a religião como algo muito mal e anormal para à sociedade. Como diria o sábio: “nada de novo debaixo da terra!”
”Alguns cristãos, principalmente das facções protestantes, costumam dizer que todo o conhecimento de Deus que receberam foi quando adultos iniciado por um chamado particular divino à conversão, argumentando que nunca antes haviam parado para pensar em Deus.”
Normalmente ficamos mais propensos ao conhecimento depois de adultos. A vantagem dos anos é que nos traz mais experiência e, conseqüentemente, mais conhecimento. Pelo menos assim deveria ser. Quanto ao “um chamado particular divino à conversão”, esse é realmente um tipo comum de experiência no meio religioso de um modo geral. Allan Kardec, por exemplo, disse ter recebido orientação de um espírito para iniciar uma nova religião, o espiritismo; Maomé, por sua vez, teria recebido uma revelação do anjo Gabriel para combater os infiéis e erguer uma nova fé; Buda também tivera experiência semelhante, e da mesma forma muitos outros líderes que estabeleceram uma nova doutrina ou crença.
Isso acontece não apenas em relação à religião. Quem conhece um pouquinho de história, não terá dificuldade em saber que na antiga União Soviética as crianças eram doutrinadas para serem atéias. A religião era considerada um retrocesso, e por isso nas escolas se faziam uma verdadeira “lavagem cerebral” nos alunos para que vissem a religião como algo muito mal e anormal para à sociedade. Como diria o sábio: “nada de novo debaixo da terra!”
”Alguns cristãos, principalmente das facções protestantes, costumam dizer que todo o conhecimento de Deus que receberam foi quando adultos iniciado por um chamado particular divino à conversão, argumentando que nunca antes haviam parado para pensar em Deus.”
Normalmente ficamos mais propensos ao conhecimento depois de adultos. A vantagem dos anos é que nos traz mais experiência e, conseqüentemente, mais conhecimento. Pelo menos assim deveria ser. Quanto ao “um chamado particular divino à conversão”, esse é realmente um tipo comum de experiência no meio religioso de um modo geral. Allan Kardec, por exemplo, disse ter recebido orientação de um espírito para iniciar uma nova religião, o espiritismo; Maomé, por sua vez, teria recebido uma revelação do anjo Gabriel para combater os infiéis e erguer uma nova fé; Buda também tivera experiência semelhante, e da mesma forma muitos outros líderes que estabeleceram uma nova doutrina ou crença.
Todavia, isso em si não diz nada sobre ser a religião irracional e infantil. Não custa lembrar que o fundador do comunismo, Lenin, quando diante da massa camponesa exprimia-se como se estivesse em transe, num verdadeiro delírio emocional, em que conclama o povo a destruir os miseráveis capitalistas destruidores da nação. O mesmo se deu com Hitler, Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot entre outros líderes políticos. Ou seja, a emoção não pode ser dissociada da razão, e tanto pode conduzida para reações violentas como para verdadeiros atos de caridade e apreço ao próximo. São Francisco de Assis, por exemplo, fez de seu sentimento religioso um grande motivo para aliviar a dor dos pobres e necessitados de seu tempo.
”Esta sensação ocorre porque alguns ignoram que desde a tenra infância, antes da maturação do intelecto, já tinham contato com a cultura cristã. Quem não lembra das luzes e histórias de Natal que enchiam o coração inocente de ansiedade, fascínio e, às vezes, de tristeza?”
Na verdade as cousas não podem ser explicadas de forma tão simples assim. Nunca ouvir falar, por exemplo, de uma pessoa que, mesmo tendo comemorado o Natal durante todos os anos de sua infância, quando crescida tenha tido algum “chamado particular” para servirem e adorarem a Papai Noel.
A questão não diz respeito à simples influência de uma determinada cultura religiosa. O comunismo ateísta perdurou na antiga União Soviética por cerca de 70 anos. Durante todo esse tempo milhões de pessoas foram influenciadas culturalmente pela ideologia marxista desde suas tenras infâncias e, no entanto, a religião renasceu e o ateísmo voltou ao seu antigo “estado errático”, como diria o antropólogo Armand de Quatrefages.
”Esta sensação ocorre porque alguns ignoram que desde a tenra infância, antes da maturação do intelecto, já tinham contato com a cultura cristã. Quem não lembra das luzes e histórias de Natal que enchiam o coração inocente de ansiedade, fascínio e, às vezes, de tristeza?”
Na verdade as cousas não podem ser explicadas de forma tão simples assim. Nunca ouvir falar, por exemplo, de uma pessoa que, mesmo tendo comemorado o Natal durante todos os anos de sua infância, quando crescida tenha tido algum “chamado particular” para servirem e adorarem a Papai Noel.
A questão não diz respeito à simples influência de uma determinada cultura religiosa. O comunismo ateísta perdurou na antiga União Soviética por cerca de 70 anos. Durante todo esse tempo milhões de pessoas foram influenciadas culturalmente pela ideologia marxista desde suas tenras infâncias e, no entanto, a religião renasceu e o ateísmo voltou ao seu antigo “estado errático”, como diria o antropólogo Armand de Quatrefages.
A “essência divina”, e isso os ateus vão ter que engolir, é parte do próprio homem. Em outras palavras, aparece com ele desde que se tem conhecimento dele. A opção pelo ateísmo deve ser respeitada e tolerada sem dramas; todavia, permanecerá “sempre nadando contra à maré”. Obviamente isso não significa que o ateu seja uma pessoa desprovida de valores ou perversa. Absolutamente. O que diferencia um ateu de um religioso não é falta de fé; mas a crença de um e a descrença do outro. Fé ambos necessariamente tem. Dessa forma, a educação e o respeito ao próximo independe na maioria dos casos da crença ou da descrença, o isso não exclui a "essência divina" no homem.
”Crianças não pensam em Deus nos primeiros anos da vida, mas no convívio familiar e social ouvem falar nele e passam a questionar os pais da mesma forma que fazem acerca de quaisquer outros assuntos.”
Nos primeiros anos de vida, é normal que as crianças não tenham lá grande interesse pela filosofia. Normalmente elas preferem brincar de esconde-esconde, jogar vídeo games ou assistir o Shrek (é claro, tipificando uma crença urbana atual). Tenho um filho de quase 3 anos que vive a “filosofar” sobre o Backyardigans e o Tom e Jerry. ((rs))
”Crianças não pensam em Deus nos primeiros anos da vida, mas no convívio familiar e social ouvem falar nele e passam a questionar os pais da mesma forma que fazem acerca de quaisquer outros assuntos.”
Nos primeiros anos de vida, é normal que as crianças não tenham lá grande interesse pela filosofia. Normalmente elas preferem brincar de esconde-esconde, jogar vídeo games ou assistir o Shrek (é claro, tipificando uma crença urbana atual). Tenho um filho de quase 3 anos que vive a “filosofar” sobre o Backyardigans e o Tom e Jerry. ((rs))
”A partir daí a criança é orientada sobre Deus passando a acreditar piamente, pois faz parte da natureza infantil acreditar nos progenitores ou responsáveis sem exigir provas consistentes. Com base muito mais nas emoções e muito menos no intelecto a criança decide – para toda a vida – crer na existência do deus que sua sociedade prega, quer seja Alá, Shiva ou Jeová.”
Mas isso em nada implica que esta criança será má quando crescer ou que vai se tornar um homem ou mulher-bomba quando adulta. Aliás, já é sabido que a religião tem muito pouca relevância na explicação dos atentados suicidas. A questão é outra e diz respeito à ojeriza pela opressão estrangeira em suas terras etc.
Se em vez da religião fosse ensinada o ateísmo à criança, o processo correria da mesma forma, isto é, haveria o mesmo “doutrinamento.” Os antigos índios canibais ensinavam seus filhos que eram normal matar e comer a carne dos inimigos derrotados.
Como não há como provar, em laboratório, que Deus existe ou não existe, até que se mostre uma prova definitiva sobre a questão, a crença em Deus não implicará de maneira alguma em qualquer prejuízo ao bom senso ou à inteligência. Não há indício capazes de sustentar que a religião é um mal à sociedade. A partir do instante que se pensa em “ser humano”, o bem e o mal (ou aquilo que se entende por isso) fará parte de sua natureza, independentemente da crença ou da não-crença. A não ser que alguém me prove o contrário!
Mas isso em nada implica que esta criança será má quando crescer ou que vai se tornar um homem ou mulher-bomba quando adulta. Aliás, já é sabido que a religião tem muito pouca relevância na explicação dos atentados suicidas. A questão é outra e diz respeito à ojeriza pela opressão estrangeira em suas terras etc.
Se em vez da religião fosse ensinada o ateísmo à criança, o processo correria da mesma forma, isto é, haveria o mesmo “doutrinamento.” Os antigos índios canibais ensinavam seus filhos que eram normal matar e comer a carne dos inimigos derrotados.
Como não há como provar, em laboratório, que Deus existe ou não existe, até que se mostre uma prova definitiva sobre a questão, a crença em Deus não implicará de maneira alguma em qualquer prejuízo ao bom senso ou à inteligência. Não há indício capazes de sustentar que a religião é um mal à sociedade. A partir do instante que se pensa em “ser humano”, o bem e o mal (ou aquilo que se entende por isso) fará parte de sua natureza, independentemente da crença ou da não-crença. A não ser que alguém me prove o contrário!
”Muita gente, quando questionada, tenta uma explicação lógica para sustentar sua crença em Deus, alega, por exemplo, falta de explicação científica para a origem e complexidade do universo e da vida, que só seriam explicadas pela existência de um ser superior, porém a falta de explicação racional para qualquer assunto é prova somente da limitação humana. Outras admitem que sua crença baseia-se na fé, não na razão, a qual, segundo elas, prova a existência de Deus.”
Veja, a seguir, por exemplo, um texto no qual G.W. Leibniz busca definir DEUS, sem apelar para à pura emoção. Perceba que em nenhum momento ele diz ter “recebido um chamado” ou “ter tido uma revelação.” Ele fundamenta sua tese racionalmente, numa seqüência lógica sem evadir para o sentimentalismo religioso. Veja:
Veja, a seguir, por exemplo, um texto no qual G.W. Leibniz busca definir DEUS, sem apelar para à pura emoção. Perceba que em nenhum momento ele diz ter “recebido um chamado” ou “ter tido uma revelação.” Ele fundamenta sua tese racionalmente, numa seqüência lógica sem evadir para o sentimentalismo religioso. Veja:
Deus é um ser de cuja possibilidade (ou, de cuja essência) segue-se Sua existência.
Se um Deus, definido de tal modo, é possível, segue-se que Ele existe.
Para a existência, é o mesmo resultar da possibilidade de alguma coisa, como resultar da essência de alguma coisa. Pois a essência de uma coisa é o mesmo que uma razão singular para a possibilidade, ou seja, é da noção do que é entendido nitidamente, ou a priori, que a coisa é possível. Eu digo “a priori”; isto é, não a partir da experiência, mas da própria natureza da coisa, exatamente como concebemos ser possível o número 3, ou uma linha circular e outras coisas desse tipo, mesmo que nunca as experimentemos existir na realidade ou, de qualquer modo, não levando essa experiência em consideração.
Um ser independente é o mesmo que um ser de cuja essência resulta a existência, a saber, um ser para o qual a existência é essencial, ou, que existe através de sua própria essência.
Novamente, um ser necessário é o mesmo que um ser de cuja essência resulta a existência. Pois um ser necessário é aquele que necessariamente existe, tal que sua não existência implicaria uma contradição e, assim, estaria em conflito com a noção ou essência desse ser. De fato, a existência pertence a sua noção ou essência.
Disto extraio um teorema excelente que é o píncaro da doutrina modal [doctrinae Modalium] e por meio do qual posso mover-me da potencialidade para o ato: se um ser necessário é possível, segue-se que ele realmente existe, ou, que um tal ser é realmente encontrado no universo.”
Fonte:
“Uma Definição de Deus, ou, de um Ser Independente. (Definitio Dei Seu Entis A Se) G.W. Leibniz A. nº84 dezembro (?) de 1676 1,2
Se um Deus, definido de tal modo, é possível, segue-se que Ele existe.
Para a existência, é o mesmo resultar da possibilidade de alguma coisa, como resultar da essência de alguma coisa. Pois a essência de uma coisa é o mesmo que uma razão singular para a possibilidade, ou seja, é da noção do que é entendido nitidamente, ou a priori, que a coisa é possível. Eu digo “a priori”; isto é, não a partir da experiência, mas da própria natureza da coisa, exatamente como concebemos ser possível o número 3, ou uma linha circular e outras coisas desse tipo, mesmo que nunca as experimentemos existir na realidade ou, de qualquer modo, não levando essa experiência em consideração.
Um ser independente é o mesmo que um ser de cuja essência resulta a existência, a saber, um ser para o qual a existência é essencial, ou, que existe através de sua própria essência.
Novamente, um ser necessário é o mesmo que um ser de cuja essência resulta a existência. Pois um ser necessário é aquele que necessariamente existe, tal que sua não existência implicaria uma contradição e, assim, estaria em conflito com a noção ou essência desse ser. De fato, a existência pertence a sua noção ou essência.
Disto extraio um teorema excelente que é o píncaro da doutrina modal [doctrinae Modalium] e por meio do qual posso mover-me da potencialidade para o ato: se um ser necessário é possível, segue-se que ele realmente existe, ou, que um tal ser é realmente encontrado no universo.”
Fonte:
“Uma Definição de Deus, ou, de um Ser Independente. (Definitio Dei Seu Entis A Se) G.W. Leibniz A. nº84 dezembro (?) de 1676 1,2
”O que leva o crente a corretamente admitir que sua crença não tem lógica é a formação desta convicção quando era cognitivamente imaturo, na infância, onde o emocional é a realidade para o ser humano, por isso, quando adulto, o crente necessita de doses freqüentes de emoção encontradas principalmente nas reuniões de culto a Deus a fim de manter sua fé.
O contrário é possível e pode ser citado. Muitos que vivem, hoje, em países outrora socialistas, e os quais quando crianças foram constantemente doutrinadas no ateísmo marxista, após se livrarem da opressão comunista, passaram a freqüentar os mais diversos tipos de religiões e crerem nas mais variadas divindades. Neste caso, aconteceu exatamente o oposto. Portanto, essa tentativa boba de associar a religião à imaturidade infantil, só faz sentido à custo de uma retórica altamente comprometida ideologicamente.
”A maioria das religiões manipula basicamente três sentimentos (medo, amor e esperança) para manter a fidelidade dos adeptos.”
Mas isso de modo algum é peculiaridade da religião. O terror causado pelos líderes políticos comunistas, tais como Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot, Fidel etc., não foi nem um pouco menor do que aquele causado pelos antigos Inquisidores. E esses líderes não se apoiaram na religião para massacrar, destruir e assassinar milhões de pessoas. Eles eram marxistas, e este, como se sabe, é fundamentalmente anti-religioso e, portanto, ateísta.
O contrário é possível e pode ser citado. Muitos que vivem, hoje, em países outrora socialistas, e os quais quando crianças foram constantemente doutrinadas no ateísmo marxista, após se livrarem da opressão comunista, passaram a freqüentar os mais diversos tipos de religiões e crerem nas mais variadas divindades. Neste caso, aconteceu exatamente o oposto. Portanto, essa tentativa boba de associar a religião à imaturidade infantil, só faz sentido à custo de uma retórica altamente comprometida ideologicamente.
”A maioria das religiões manipula basicamente três sentimentos (medo, amor e esperança) para manter a fidelidade dos adeptos.”
Mas isso de modo algum é peculiaridade da religião. O terror causado pelos líderes políticos comunistas, tais como Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot, Fidel etc., não foi nem um pouco menor do que aquele causado pelos antigos Inquisidores. E esses líderes não se apoiaram na religião para massacrar, destruir e assassinar milhões de pessoas. Eles eram marxistas, e este, como se sabe, é fundamentalmente anti-religioso e, portanto, ateísta.
”Devido à origem emocional da crença na existência de Deus, dificilmente uma pessoa deixará de crer se não sofrer um choque emocional que lhe leve à reflexão, o mesmo faz-se necessário na passagem do estado de descrença para a crença. Casos de conversão ao cristianismo, por exemplo, são em geral marcados por comoções emocionais. Morte de ente querido, crise financeira e doença grave são alguns dos motivos que levam as pessoas a reavaliar seus princípios tornando-as suscetíveis a novas idéias que venham a modificar sua posição emocional perante a vida, sem necessitarem de provas consistentes como no tempo de criança. Isso explica porque o deus cristão com rótulo “pai amoroso” é tão eficiente na conversão ao cristianismo.”
Penso que se quis dizer “dificilmente uma pessoa deixará de SE CONVERTER.”
A crença em Deus, como o autor mesmo afirma, faz parte da pessoa desde à infância. Quando cresce, ela então tem a opção de SE CONVERTER a uma determinada religião ou permanecer naquela da tradição de seus pais. A CONVERSÃO a uma fé específica (por exemplo, o católico que se converte a evangélico), está sim quase sempre ligada a uma fase dramática na vida da pessoa: dificuldades financeiras, doenças, dilemas existenciais etc.
Todavia, a emoção ou excesso de sentimento também se liga à opção pelo ateísmo. Para Paul Johnson, por exemplo, o Ateísmo pode ser motivado pela revolta contra a autoridade. Um ser em desenvolvimento, em luta pela independência e pela responsabilidade adulta, passa necessariamente por períodos de rivalidade e revolta em relação aos pais e a outros símbolos de autoridade. Assim, sentimentos de rivalidade e conflitos de ciúmes, substituem a lealdade a Deus. Muitos filhos que caem no desagrado paterno repudiam o Deus de seus pais, como forma de rebelar-se contra os próprios pais.
Penso que se quis dizer “dificilmente uma pessoa deixará de SE CONVERTER.”
A crença em Deus, como o autor mesmo afirma, faz parte da pessoa desde à infância. Quando cresce, ela então tem a opção de SE CONVERTER a uma determinada religião ou permanecer naquela da tradição de seus pais. A CONVERSÃO a uma fé específica (por exemplo, o católico que se converte a evangélico), está sim quase sempre ligada a uma fase dramática na vida da pessoa: dificuldades financeiras, doenças, dilemas existenciais etc.
Todavia, a emoção ou excesso de sentimento também se liga à opção pelo ateísmo. Para Paul Johnson, por exemplo, o Ateísmo pode ser motivado pela revolta contra a autoridade. Um ser em desenvolvimento, em luta pela independência e pela responsabilidade adulta, passa necessariamente por períodos de rivalidade e revolta em relação aos pais e a outros símbolos de autoridade. Assim, sentimentos de rivalidade e conflitos de ciúmes, substituem a lealdade a Deus. Muitos filhos que caem no desagrado paterno repudiam o Deus de seus pais, como forma de rebelar-se contra os próprios pais.
O mesmo Johnson afirma ainda que a igreja ortodoxa russa havia de tal forma identificado Deus com o imperialismo opressor dos homens, que foi preciso “matar Deus” juntamente com o Czar. Ou seja: a revolta contra Deus ocorre onde a opressão se faz sentir com mais força, onde Deus se situa ao lado dos exércitos imperiais e das classes exploradoras, diz Johnson.
”Em suma a crença na existência de Deus tem sua base e definição na emoção manipulada culturalmente na infância antes da maturação da razão, por isso dificilmente um crente de qualquer ramo religioso assimila argumentos racionais acerca da improbabilidade da existência de Deus. Não foi sem fundamento que Sigmund Freud disse: A religião é comparável a uma neurose da infância.”
Besteira!
Milhões de pessoas que foram doutrinadas à base do comunismo ateísta desde à infância, após viverem num regime democrático, rejeitaram o seu passado e passaram viver - metaforicamente - "uma nova vida em Cristo”, ou seja, a crerem em Deus.
É isso!
”Em suma a crença na existência de Deus tem sua base e definição na emoção manipulada culturalmente na infância antes da maturação da razão, por isso dificilmente um crente de qualquer ramo religioso assimila argumentos racionais acerca da improbabilidade da existência de Deus. Não foi sem fundamento que Sigmund Freud disse: A religião é comparável a uma neurose da infância.”
Besteira!
Milhões de pessoas que foram doutrinadas à base do comunismo ateísta desde à infância, após viverem num regime democrático, rejeitaram o seu passado e passaram viver - metaforicamente - "uma nova vida em Cristo”, ou seja, a crerem em Deus.
É isso!
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