domingo, 12 de julho de 2009

Teoria da “imaculada” evolução

Membro: IBA MENDES
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Ressalvando as exceções, a grande massa daqueles que, de algum modo estão militantemente envolvidos nos ideais darwinistas, concebem à teoria da evolução uma atividade bem próxima ao espírito religioso. Desta forma, qualquer crítica nesse domínio se torna algo praticamente impossível. Como bem o disse Nélio Marco, em seu livrinhoO que é Darwinismo : “Ela está acima de qualquer suspeita. Assim, a questão deixa o campo científico e passa a ser uma questão de fé. Em outras palavras, religião”. Ou, como afirmou o professor J. Shoray (da Universidade de Chicago observou): ”Não existe causa tão completamente imune às críticas em nossos dias como a da evolução”.Tal fato pode ser facilmente constatado quando se pergunta: Quais as falhas da teoria da evolução?

Em geral, nota-se pelas respostas uma espécie de apego exagerado ou veneração à teoria, como se ela fosse uma atividade altamente sagrada, estando protegida por rigorosos tabus.

Em seu interessante livro De Arquimedes a Einstein , Pierre Thuillier, discorrendo sobre “a face oculta da invenção científica”, e mais precisamente quando tratando sobre a questão dos “fatos” na ciência, faz esta pertinente observação:

“Pode-se concluir, é verdade, que os fatos acabam falando mais forte. À força de interrogá-los, os pesquisadores (pelo menos em alguns casos) conseguem saber o que havia por trás. Mas não se deve subestimar as dificuldades desses interrogatórios, nem superestimar o valor dos resultados obtidos. A teoria mendeliana, ainda hoje, contém algumas obscuridades. Isso se aplica ainda com mais razão a algumas teorias famosas e em particular à teoria darwiniana (ou neodarwiniana) da evolução.

Como se sabe, o epistemólogo Karl Popper chegou a contestar que esta teoria seja experimentalmente “refutável”. Em outras palavras, ela seria constituída por um conjunto de enunciados tão vasto e tão fluido que não seria possível organizar uma confrontação verdadeiramente definitiva com os diversos “dados” em questão (dados decorrentes da classificação, da paleontologia, da anatomia comparada, da genética, da embriologia, da biogeografia etc.).

Mais tarde, Popper atenuou sua posição. Mas o tipo de desconfiança que formulara não deixou, com isso, de ter um sentido preciso: não é raro que o fornecimento de “provas” experimentais se revele extremamente delicado. O próprio Darwin sabia do que estava tratando: ele não afirmava que sua teoria estivesse “comprovada”, contentando-se em dizer que ela tornava inteligível grande número de ‘fatos” (o que é muito diferente...).” (p. 12).

Os darwinistas dogmáticos constantemente confundem “provas” com “evidências”. Esquecem-se (talvez propositalmente) de que as evidências estão sujeitas a distintas interpretações.

Uma outra questão que caracteriza muito bem este tipo de evolucionista é o forte apego à pessoa de Charles Darwin, que comumente é colocado numa espécie de “cânon sagrado da ciência”. Tais pessoas são capazes até de defender as posições racistas deste naturalista, ou ignorá-las cegamente. Sobre isto, José Osvaldo de Meira Penna, em seu Polemos, um brilhante livro recém publicado pela UnB (Universidade de Brasília), citando um trecho de uma carta de Darwin a um amigo, na qual o racismo aparece expressamente, faz uma interessante reflexão:

“Darwin escreveu numa carta a um amigo, W. Graham, em julho de 1881, pouco antes de morrer: “Posso contestar que a seleção natural mais fez para o progresso da civilização do que V. parece inclinado a admitir (...) As chamadas raças caucasianas mais civilizadas derrotaram o turco falso na luta pela existência. Olhando para o mundo num futuro não muito distante, creio que um número considerável de raças inferiores terão sido eliminadas pelas raças mais altamente civilizadas através do mundo!”.

Complementa Penna:

“Se não conhecêssemos o autor dessa frase, um texto como este seria hoje denunciado com a maior indignação pelos acadêmicos “politicamente corretos” da esquerda festiva como expressão de intolerável racismo. Opiniões semelhantes eram no entanto externadas pelo maior amigo de Darwin, Thomas Huxley, que considerava o negro vencido na “batalha a ser travada, não com mordidas, mas com pensamento” (p. 368).

Grande hipocrisia! Não raro muitos destes dogmáticos darwinistas são verdadeiros “caçadores” de “contradições” da Bíblia, acusando-a de discriminação ou cousa do gênero. Como disse Jesus: ”Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo” (Mt. 23:24).

Se Darwin é tido como uma espécie de divindade intocável, o arauto da mais límpida ciência, o homem que “matou deus” (conforme recente capa da revista superinteressante), a teoria da evolução, por sua vez, é a grande "dententora da verdade última".

E, embora ele seja incapaz de explicar, por exemplo, a origem da vida por processos naturais, a partir de matéria não viva, ainda assim é tida como à prova de qualquer falha...

Apesar de não ter condições de explicar a origem da informação genética nem o aumento de complexidade que teria ocorrido nos organismos durante o processo evolutivo, ainda assim, armada de intolerância desmedida, tenta de todos os modos desmoralizar àqueles que ousam questioná-la, como bem o fez o químico Michael Behe...

Não obstante seja incapaz de explicar a explosão cambriana, nem a falta de formas de transição entre os principais grupos de organismos, ainda assim ousa considerar-se a teoria “imaculada” da evolução.

Por tudo isso, cabe bem aqui o grande Fernando Pessoa:


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falai com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


É isso!

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