sábado, 11 de julho de 2009

Agnosticismo e ateísmo

Membro: IBA MENDES
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Até que ponto, em sua forma prática, o AGNOSTICISMO se diferencia do ATEÍSMO?


Não obstante haja muitas definições sobre o que seja de fato o agnosticismo, parece que mesmo seus defensores não têm uma posição determinante sobre a questão.

Afinal, o que significa ser um AGNÓSTICO... Mas, não na teoria da letra, e sim na prática do dia-a-dia?

Pessoalmente penso que o agnosticismo fica mais adequado em “EU NÃO VOU CRER”, do que “EU NÃO POSSO CRER”.

E, para melhor reflexão, faço menção do pensamento de um teólogo (George Park Fisher) sobre o assunto:

”É impossível que o agnóstico limite o seu co nhecimento à experiência e rejeite as implicações da experiência como não averiguadas, sem abandonar quase tudo o que ele considera como sendo a verdade. Se ele se apega ao seu princípio, seu credo será mal provido. O conhecimento se confina ao momento presente.

Eu tenho consciência de uma experiência do passado. Este conhecimento eu não posso negar como fato presente sem entrar em contradição. Mas como sei que o objeto da lembrança (seja um pensamento, ou um sentimento, ou uma experiência de qualquer tipo) realmente aconteceu? Como eu tenho conhecimento das coisas que se passaram, ou de que existe um passado? A memória é necessária para a comparação de sensações, para o raciocínio, para toda a nossa vida mental. Mas crer na memória é transcender à experiência.

Eu tenho certas sensações que atribuo coletivamente a uma causa chamada meu “corpo”. Essas sensações me levam a reconhecer a existência de outros corpos iguais ao meu. Mas como sei de que há conscientização dentro desses corpos? Como sei que os meus próximos, os quais vejo ao meu redor, têm mentes iguais à minha? Os sentidos não podem perceber a inteligência dos amigos que me cercam.

Eu deduzo que eles são inteligentes, mas nesta dedução eu transcendo a experiência. A experiência reduzida aos seus termos exatos, de acordo com os métodos do Agnosticismo, confina-se aos sentimentos do presente: o sentimento do momento que passa.

Quando o agnóstico vai além disto, quando ele deduz que aquilo que é lembrado foi uma vez apresentado à consciência, que os seus próximos são seres pensantes e não bonecos estúpidos, que todos os seres inteligentes existem fora dele, ele transcende a experiência. Se ele fosse atribuir inteligência a Deus, ele não seria culpado de nenhuma pressuposição mais grave do que a de atribuir inteligência aos próximos que ele vê movimentarem-se ao seu redor e com os quais está conversando”.


Fonte:
Time Grounds of Theistic and Christian Belief, rev. ed., págs. 78,
79, citado em Systematic Theology – Teologia Sistemática, p. 145. IBR Editora. São Paulo, 1986.

Entretanto, no nível popular, gostei muito do que disse um colega em uma dessas comunidades do Orkut:

“Agnóstico é o cara que não vê evidência alguma da existência de Deus, e simplesmente não vê motivos pra acreditar nele. Mas ainda assim, tem medo de ir pro inferno...

Aí prefere dizer que "não sabe", fica em cima do muro e critica tanto ateus quanto religiosos.

É mais ou menos assim: "Eu acho que Deus não existe. Mas, se ele existir, por favor, não me mande pro inferno!"

Será que o temor ou receio do "incerto" não diz muito sobre o agnosticismo?


É isso!

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