sábado, 11 de julho de 2009

Coisas que o darwinismo não explica: a religião

Membro: IBA MENDES
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Num recente ensaio de autoria de Pascal Boyer, publicado na Nature (vide fonte no fim do tópico), foi dito que “os resultados da psicologia cognitiva, neurociência, antropologia cultural e arqueologia prometem mudar nossos pontos de vista acerca da religião”. A idéia deste ensaio, é claro, é o de mais uma vez tentar explicar à propensão humana pela religiosidade mediante os mecanismos evolutivos. Boyer não é o primeiro a embrenhar-se nesta aventura um tanto tendenciosa e comprometedora. Recentemente, James Dow (um antropólogo darwinista de Oakland University em Rochester, Michigan) elaborou um programa (Evogod) com o intuito de demonstrar que a religião nada mais é do que resultado de mecanismo genéticos operados pela evolução. Diz ele:

“Em outras palabras, o modelo supõe que uma pequena quantidade de pessoas têm uma predisposição genética para transmitir informação não verificáveis a outras pessoas. Tais pessoas passaram estas características a seus filhos, porém, também interagiram com pessoas que não transmitiram informação imaginária” (vide fonte no fim do tópico da New Scientist).


Não é de hoje que os ideólogos comprometidos com o materialismo filosófico buscam associar o interesse das pessoas pela espiritualidade aos ditames evolucionários, a mecanismos igualmente materialistas. E, para isso, os genes têm servido como uma arma poderosa e plenamente capaz. Richard Dawkins foi outro que se apoderou desta muleta genética a fim de atribuir à teoria evolutiva o poder de moldar esta tendência humana, que para ele “é pior que um vírus”.

O gozado de tudo isso, é que tais artigos refutam a si mesmos, afinal, com quais critérios esses ideologos podem concluir que suas predisposições tácitas são melhores ou mais apuradas que a dos religiosos? E mais: mediante que critério universal é possível afirmar que a religião é uma propriedade emergente do cérebro, porém a ciência não o seja? E por que o ateísmo é uma ideologia tão difícil de propagar-se? E amais ainda: que regra moral universal eles podem usar a fim de dizer que a propagação de uma cosmovisão atéia seja coisa boa?

Hum!!!

E vamos aos piries...

É isso!

Fontes dos estudos citados:
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1 - Pascal Boyer, «Being human: Religion: Bound to believe?», Nature 455, 1038-1039 (23 octubre 2008) | doi:10.1038/4551038a. (http://www.nature.com/nature/journal/v455/n7216/full/4551038a.html)
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2 - http://www.newscientist.com/article/dn13983-religion-is-a-product-of-evolution-software-suggests.html?DCMP=ILC-hmts&nsref=news3_head_dn13983

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